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Economia

Confiança do comerciante cai 5% em setembro, menor nível desde 2021, diz CNC

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Os comerciantes brasileiros mostraram menos confiança em setembro, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) teve uma queda de 5% em relação a agosto, já descontados os efeitos sazonais, marcando o segundo mês consecutivo de retração.

O índice atingiu 97,2 pontos, caindo para a zona considerada de insatisfação, que é abaixo de 100 pontos. Este é o nível mais baixo desde maio de 2021, quando o índice marcava 94,7 pontos. Na comparação com setembro de 2024, o Icec caiu 10,3%.

Em setembro, 46% dos varejistas indicaram expectativa de piora na economia, o maior percentual desde julho de 2020 (49,2%). Isso tornou o indicador mais equilibrado, embora a maioria (54%) ainda espere uma melhora.

De agosto para setembro, a avaliação das condições atuais recuou 5%, com queda na percepção sobre a economia (-5,9%), a própria empresa (-4,2%) e o setor (-5,3%). As expectativas futuras recuaram 7%, com redução nas avaliações sobre a economia (-10,2%), o setor (-7%) e a empresa (-4,6%). As intenções de investimentos diminuíram 2,6%, incluindo quedas nos estoques (-0,6%), investimentos na empresa (-2,4%) e na contratação de funcionários (-4,2%).

José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, destacou a importância da confiança como indicador essencial da atividade econômica e do clima das famílias. Segundo ele, quando o consumidor reduz gastos, o empresário adia investimentos e contratações, afetando a geração de empregos. Para mudar essa situação, é necessário fortalecer o poder de compra e incentivar o consumo responsável, trazendo mais dinamismo para o comércio e a economia do país.

Nos segmentos varejistas, o comércio de bens não duráveis, que engloba supermercados, farmácias e lojas de cosméticos, teve queda de 6,8% na confiança entre agosto e setembro. O varejo de bens de consumo duráveis registrou queda de 4,5% e o de bens semiduráveis caiu 3,9% no mesmo período.

Em comparação com o ano anterior, a confiança no segmento de bens não duráveis caiu 9,6% em setembro de 2025. O varejo de bens duráveis viu uma redução de 13,7%, enquanto o de bens semiduráveis teve queda de 6,6%.

O economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, atribui esses resultados à combinação de juros altos e consumidores mais cautelosos. Segundo ele, a taxa Selic elevada desestimula investimentos, enquanto o enfraquecimento do mercado de trabalho e a menor intenção de consumo das famílias freiam o comércio. A intenção de contratar funcionários foi o item com a maior queda no mês de setembro.

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