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Economia

Conflito de Motta com o PT e ação do STF ameaçam agenda de Haddad

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O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mostrou descontentamento entre parlamentares com o PT, devido às manifestações promovidas pelo partido contra a aprovação de um projeto que reduz as penas para envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Esse desagrado pode aumentar ainda mais a tensão com o Executivo e até comprometer a aprovação do projeto que reduz benefícios tributários, uma prioridade do governo de Lula, antes do recesso parlamentar, conforme afirmam três aliados próximos de Motta.

Além disso, a recente apreensão entre os Três Poderes se agravou com a operação da Polícia Federal focada em emendas parlamentares, que teve como alvo Mariângela Fialek, ex-assessora do deputado Arthur Lira (PP-AL). A autorização para esta operação foi dada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, na última sexta-feira.

A Câmara aprovou, durante a madrugada de quarta-feira, o projeto da dosimetria, que recebeu críticas de governistas e do Palácio do Planalto, abrindo caminho para a significativa diminuição do tempo de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Motta já foi alvo anteriormente de manifestações da esquerda, por exemplo, durante a votação da chamada PEC da Blindagem.

Em junho, ataques intensificaram-se quando a Câmara rejeitou o decreto federal sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Naquela ocasião, houve uma campanha fomentada por integrantes do Planalto, que adotaram uma retórica de justiça tributária e defesa da “taxação BBB” (bilionários, bets e bancos).

Segundo um aliado próximo, a relação entre a Câmara, o governo e o Supremo está em um dos piores momentos possíveis, indicando que nenhum projeto deve avançar em breve, e que Motta poderá perder autoridade caso insista em aprovar pautas de interesse governamental.

A imagem do presidente da Câmara está abalada internamente, e seus aliados já manifestaram sua insatisfação a setores do Executivo, criticando a baixa execução das emendas parlamentares, especialmente em ano eleitoral, o que pode dificultar a tramitação de projetos.

Impacto Fiscal

O governo já considera a possibilidade de paralisação da pauta, principalmente dos projetos que aumentam a arrecadação, como a redução de 10% nos benefícios fiscais, uma prioridade para fechar o orçamento.

Esperava-se a votação desse projeto na última sexta-feira, mas a sessão se encerrou sem deliberação.

Apesar do aumento do risco, integrantes do setor econômico mantêm otimismo com a aprovação do projeto e do orçamento de 2026, pois acreditam que os parlamentares não querem começar o próximo ano com receitas frustradas ou com execução orçamentária restrita.

Na semana em que a gestão de Motta na Câmara é mais desafiadora, ele continua sendo alvo das críticas da esquerda.

O presidente do PT, Edinho Silva, em entrevista ao GLOBO, afirmou que respeita tanto Hugo Motta quanto o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e defende o Congresso Nacional, embora reconheça que ambas as Casas adotaram uma agenda impopular que gera instabilidade institucional.

Ele destacou que atua para promover o diálogo e a pacificação política, mas continuará a defender as posições históricas do PT e os interesses do povo.

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