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Conflito entre polícias de SP fica evidente com ausência da PM no velório de policial

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Um longo atrito entre a polícia civil e a polícia militar em São Paulo, que vem crescendo ao longo dos anos e se agravou recentemente devido a eventos que geraram tensões entre as duas forças, tornou-se mais visível após o falecimento do policial civil Rafael Moura, que foi baleado pelo sargento Marcus Augusto Costa Mendes, da Ronda Ostensiva Tobias de Aguiar (Rota), na semana passada.

O investigador foi homenageado na quinta-feira (17/7) na Academia da Polícia Civil (Acadepol), localizada na Cidade Universitária, zona oeste da capital paulista, com a presença de muitos colegas e membros da alta cúpula da corporação. No entanto, o comando da Polícia Militar não marcou presença na cerimônia, nem enviou uma coroa de flores, reforçando o distanciamento evidente entre as instituições, que se agrava sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Até o governador e o secretário estadual da Segurança Pública (SSP), Guilherme Derrite — ex-membro da PM e da Rota — que manifestou pesar pela morte do policial civil nas redes sociais, não compareceram ao velório.

O cortejo fúnebre de Rafael Moura seguiu até o Cemitério da Saudade, em Taboão da Serra, onde policiais civis e agentes especiais prestaram suas últimas homenagens. Disparos de salva foram executados em reverência ao policial, com participação de agentes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (DOPE), do Grupo de Operações Especiais (GOE), e do Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). A Guarda Civil Metropolitana (GCM) também escoltou o cortejo, prestando sua homenagem. Entre os poucos policiais militares presentes estavam somente amigos pessoais de Moura, sem uso da farda.

De acordo com fontes, a ausência de oficiais de alta patente da PM no velório pareceu ser uma demonstração de respeito e cautela, para não causar constrangimento ou aumentar o sofrimento da família.

Alguns policiais civis avaliaram esta decisão como sensata, considerando que a presença da cúpula militar poderia criar um ambiente desconfortável para os familiares. Também se destacou que a rivalidade entre as duas polícias é uma consequência do caso, e não uma disputa comum do dia a dia.

Enquanto isso, 57 policiais militares do 1º Batalhão de Polícia de Choque doaram sangue para Moura enquanto ele esteve internado em estado grave no Hospital das Clínicas. A direção da Rota repudiou a conduta do sargento responsável, que deve ser julgado por homicídio qualificado.

Detalhes do incidente

Na sexta-feira anterior (11/7), o sargento da Rota Marcus Augusto Costa Mendes disparou contra o policial civil Rafael Moura durante uma operação no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. Mesmo sendo identificado como policial, Mendes alegou ter confundido o investigador com um criminoso e atirado.

Moura foi atingido por três tiros e internado em estado critico, vindo a falecer no dia 16 de julho. Seu corpo foi velado na Acadepol e enterrado no dia seguinte.

Mendes e seu parceiro, Robson Santos Barreto, foram afastados da PM por 90 dias por determinação judicial e estão sob investigação por homicídio qualificado. Os dois estavam ligados a outra ocorrência letal perto do local, ocorrida apenas um mês antes.

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