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Conflito entre Trump e Maduro envolve petróleo venezuelano

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A tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela cresce à medida que os Estados Unidos intensificam suas ações contra navios carregados de petróleo venezuelano, ameaçando reduzir a produção e pressionar a economia do país. Tal movimentação dá força à alegação do chavismo de que Donald Trump busca derrubar Nicolás Maduro para controlar os recursos naturais da Venezuela.

Os Estados Unidos deslocaram uma grande frota militar para o Caribe, inicialmente para combater o narcotráfico, mas que agora inclui a apreensão de petroleiros e bloqueios de navios sancionados que transportam petróleo com origem ou destino à Venezuela. Trump afirmou que o governo de Maduro está com os dias contados e não descarta a possibilidade de um conflito armado. Ele declarou em entrevista ao canal NBC que “Maduro sabe exatamente o que eu quero”: o petróleo.

Historicamente, os Estados Unidos exploraram o petróleo venezuelano desde as descobertas na década de 1920 até sua nacionalização em 1976. Muitas refinarias americanas foram projetadas para processar o petróleo pesado e extrapesado venezuelano. Atualmente, a Venezuela produz cerca de um milhão de barris por dia, sendo que apenas a empresa Chevron está autorizada a transportar petróleo para os EUA em virtude do embargo imposto por Trump em 2019.

Embora aproximadamente 200 mil barris circulem em navios não sancionados, protegidos das operações militares, a apreensão de navios com grandes cargas ocorrida recentemente gerou denúncias do governo venezuelano classificando a ação como “pirataria naval criminosa”. Relatos também indicam perseguições militares a outras embarcações, embora detalhes não tenham sido divulgados.

As restrições impostas por Trump podem afetar variados navios transportando petróleo venezuelano, gerando incertezas e potenciais aumentos nos custos de transporte, o que pode prejudicar ainda mais as exportações do país. Ainda assim, a estatal PDVSA assegura que as operações de exportação continuam, uma medida essencial para evitar a paralisação da produção devido à baixa capacidade de armazenamento.

Especialistas destacam que se o bloqueio se intensificar de fato, a produção pode cessar rapidamente, semelhante às consequências vividas durante uma greve em 2002 contra o governo de Chávez.

O tema ganhou espaço na agenda internacional, com uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas programada para discutir a questão. A pressão dos EUA contra Maduro ganhou força em setembro, acompanhada de operações militares contra o que as autoridades americanas classificam como cartéis associados ao governo venezuelano, resultando em mais de cem mortes.

O professor de Economia Energética venezuelano, Carlos Mendoza Potellá, denominou essa política americana como a “Doutrina Trump”, destacando a estratégia dos Estados Unidos em reservar a influência regional, em uma disputa geopolítica que envolve também China e Rússia.

Desde o governo de Chávez, o governo venezuelano denuncia a ambição americana sobre suas vastas reservas petrolíferas. Apesar das tentativas fracassadas de Trump em derrubar Maduro durante seu primeiro mandato, a pressão econômica através das sanções permanece intensa.

O bloqueio imposto contribui para aprofundar a crise econômica da Venezuela, que enfrenta hiperinflação e escassez de bens essenciais. A mobilização militar americana causa apreensão entre os venezuelanos, alguns esperam uma intervenção militar que encerre o regime chavista, enquanto outros receiam um agravamento das dificuldades econômicas cotidianas.

Segundo estimativas, as exportações venezuelanas podem cair quase pela metade nos próximos meses, impactando severamente as finanças públicas e aumentando ainda mais o custo de vida no país. A entrada de receitas deve cair para um terço do nível já crítico atual, o que pode levar a um aumento substancial nos preços dos produtos básicos.

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