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Conflito na Faixa de Gaza: Dois Anos de Confrontos com Altas Vítimas

Hoje, 7 de outubro, marca o segundo aniversário do conflito na Faixa de Gaza, que resultou em mais de 67 mil palestinos mortos e 170 mil feridos, conforme dados das autoridades de saúde locais.
Do lado israelense, foram registrados 1.665 mortos, dos quais 1,2 mil ocorreram durante as primeiras horas do ataque do Hamas a Israel, evento que assinala esta data. Cerca de 250 pessoas foram feitas reféns na ação, segundo a agência de notícias Reuters.
A resposta de Israel, que ultrapassou o âmbito militar ao atingir residências, hospitais e escolas, provocou indignação internacional. O termo genocídio tem sido empregado para descrever a situação em Gaza, embora Israel refute essas acusações.
O conflito entre Israel e Hamas causou devastação na Faixa de Gaza, com vítimas civis, inclusive crianças. O bloqueio imposto por Israel dificulta a chegada de ajuda humanitária. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 1.857 palestinos perderam a vida enquanto buscavam alimentos na Fundação Humanitária de Gaza, um esquema de distribuição de apoio militarizado, que teve início em maio de 2025 e é respaldado pelos Estados Unidos e Israel.
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma em cada três pessoas na região enfrenta períodos de fome, com mais de 320 mil crianças pequenas em risco de desnutrição severa. Israel tem atuado para impedir a chegada de ajuda internacional, como evidenciado pela apreensão da Flotilha Global Sumud, que incluía ativistas brasileiros e buscava romper o bloqueio mediante transporte humanitário em 50 embarcações.
Em 7 de outubro, não houve cessar-fogo: tanques, embarcações e aviões israelenses bombardearam áreas da Faixa de Gaza.
Negociações de Paz
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs um plano para cessar as hostilidades, que prevê a libertação dos reféns israelenses, a soltura de prisioneiros palestinos por Israel e o desarmamento do Hamas, com a exclusão deste da administração da Faixa de Gaza. Um governo de transição seria conduzido por líderes internacionais.
Esta semana, delegações de Israel e Hamas iniciam negociações indiretas focadas na libertação dos 48 reféns restantes, em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, conforme informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Egito.
O Brasil também tem defendido um acordo para a paz, e o presidente Lula exige da ONU uma postura mais firme em apoiar a criação do Estado palestino.
Histórico do Conflito
A tensão entre Israel e Palestina, que dura mais de sete décadas, envolve questões geopolíticas, territoriais e religiosas, visto que a região é sagrada para o judaísmo, islamismo e cristianismo. As raízes deste conflito remontam à década de 1940, após a Segunda Guerra Mundial, quando a imigração judaica alterou a composição demográfica local, provocando atritos com os árabes-palestinos.
Com o término do mandato britânico na Palestina, a ONU propôs em 1947 a criação de dois estados, proposta rejeitada pelos países árabes, que alegaram que as terras mais ricas seriam destinadas aos judeus. Apesar disso, em 1948 foi proclamado o Estado de Israel. Desde então, em meio a conflitos violentos, Israel ampliou suas fronteiras. Os palestinos vivem divididos em dois territórios desconectados, a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
A Palestina reivindica soberania sobre essas regiões e considera Jerusalém sua capital. Seu centro administrativo se encontra em Ramallah, na Cisjordânia, e sua independência foi declarada em 1988 pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Contudo, a maior parte dessas áreas está ocupada por Israel desde 1967.
Em 1993, pelo Acordo de Oslo, Israel e a OLP acordaram a formação da Autoridade Nacional Palestina (ANP), um governo provisório para administrar os territórios palestinos durante negociações para resolver pendências do conflito.
O Hamas, que significa Movimento de Resistência Islâmica, é um movimento palestino composto por uma entidade filantrópica, um braço político e uma ala militar. Fundado em 1987, é considerado por países como Estados Unidos, União Europeia, Japão, Israel e Canadá como organização terrorista. A ONU e alguns países, incluindo o Brasil, não adotam essa classificação.
Mais de 140 países apoiam a criação do Estado Palestino, incluindo potências europeias, porém os Estados Unidos bloqueiam essa proposta na ONU.

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