Mundo
Conflito na fronteira entre Camboja e Tailândia aumenta; China busca mediar paz
O conflito na zona de fronteira entre Camboja e Tailândia se agravou nesta quinta-feira (18), após o governo de Phnom Penh acusar o país vizinho de lançar bombardeios sobre a cidade de Poipet, um ponto crucial de passagem entre os dois países, justamente quando um mediador china planeja visitar a região.
Este confronto, que já dura 12 dias, resultou em 38 mortes e provocou o deslocamento de 800.000 pessoas em ambos os lados da fronteira.
A origem da crise está em uma antiga disputa territorial sobre a delimitação de uma faixa de 800 km definida durante o período colonial.
Segundo o Ministério da Defesa do Camboja, "um caça F-16 do exército tailandês lançou duas bombas na zona do município de Poipet".
As autoridades da Tailândia ainda não se pronunciaram sobre as acusações.
Poipet, no Camboja, abriga diversos cassinos bastante frequentados por jogadores tailandeses. Entretanto, o governo cambojano suspendeu todas as travessias fronteiriças no sábado anterior.
Quatro cassinos foram atingidos pelos ataques desde o retorno das hostilidades em 7 de dezembro, conforme informou o Ministério do Interior do Camboja no início da semana.
Diante da possibilidade de um conflito prolongado, os esforços diplomáticos foram intensificados após uma iniciativa frustrada do presidente americano Donald Trump.
Um enviado especial do Ministério das Relações Exteriores da China está previsto para viajar à região com o objetivo de tentar negociar uma trégua entre os governos do Camboja e da Tailândia.
Segundo a diplomacia de Pequim, publicada na rede social X, "Como país vizinho e amigo de Camboja e Tailândia, a China acompanha atentamente o conflito fronteiriço e atua para promover a paz. A China trabalha cuidadosamente para conseguir uma redução das tensões".
Em julho, durante um confronto anterior, a China agiu em conjunto com os Estados Unidos para tentar apaziguar a situação.
O presidente dos EUA anunciou na sexta-feira que os líderes da Tailândia e do Camboja haviam concordado com um cessar-fogo após uma ligação telefônica, porém Bangkok negou a informação e os combates continuaram.
O primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, cujo país lidera atualmente a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), solicitou na quarta-feira que haja um cessar-fogo imediato.
Ambos os países consideraram que ainda é prematuro realizar uma reunião entre seus líderes, declarou Ibrahim, que se mostrou moderadamente otimista quanto ao sucesso das negociações.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login