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Conflitos graves e mudanças na segurança em São Paulo
O aniversário de 55 anos da Rota, uma unidade especial da Polícia Militar de São Paulo, marca o fim da gestão de Guilherme Derrite (PP) como secretário da Segurança Pública. Após quase três anos no cargo, o tenente retorna à Câmara dos Deputados para focar na eleição de 2026, onde pretende concorrer ao Senado.
Assumirá a Secretaria da Segurança Pública o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, anunciado no fim de novembro. Derrite deve focar sua campanha no combate ao crime organizado, ressaltando operações realizadas durante sua administração em parceria com o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Polícia Militar, além da redução no número de roubos.
No entanto, o secretário teve de lidar com o aumento significativo da letalidade policial em todo o estado, escândalos envolvendo ligações entre policiais e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de investigações sobre suas relações com empresários e seu patrimônio.
Durante 2023, a gestão foi marcada por operações policiais violentas, como a Operação Escudo, que resultou em 28 mortes em 40 dias na Baixada Santista, e a Operação Verão III, que causou 56 mortes no início de 2024, ambas envolvendo o batalhão da Rota. Essas ações enfrentaram denúncias graves, incluindo execuções sumárias e tortura.
A letalidade da Polícia Militar cresceu consideravelmente: de 396 homicídios policiais em 2022 para 463 em 2023, alcançando 780 em 2024, e mais 700 vítimas até novembro de 2025, segundo dados do MPSP. Uma análise revelou que muitas vítimas não estavam armadas e algumas foram baleadas pelas costas.
Na gestão, também se acentuou o conflito entre as instituições policiais. A Polícia Civil criticou as tentativas de ampliar as atribuições da Polícia Militar, como o projeto que autorizaria a PM a realizar investigações, o que provocou recuo por pressão pública. Oficiais de ambas as polícias manifestaram desconfiança mútua, prejudicando a cooperação institucional.
Em novembro de 2025, um protesto inédito uniu as categorias policiais contra o governo estadual, demandando melhores salários e condições de trabalho.
Além disso, investigações revelaram um esquema de colaboração de policiais com o PCC, envolvendo diversos agentes da ativa. O assassinato do corretor Vinícius Gritzbach no Aeroporto de Guarulhos expôs a participação de policiais em segurança paga por criminosos, fato que já era conhecido pela cúpula da Polícia Militar sem providências eficazes.
Sobre sua vida pessoal, Guilherme Derrite enfrentou críticas pela construção de uma casa de alto valor em Porto Feliz, com questionamentos sobre o financiamento da obra, que o secretário alegou ser integralmente custeada por recursos próprios.
Em relação aos índices criminais, Derrite destacou a redução nos casos de roubos, que passaram de 242,9 mil em 2022 para 193,7 mil em 2024. Na capital paulista, a diminuição foi associada à dispersão dos usuários na Cracolândia após operações conjuntas de desarticulação do PCC, que controla o tráfico local.
Também houve uma leve queda nos homicídios, com números caindo de 3.044 em 2022 para 2.630 em 2024, mantendo uma tendência declinante que vem desde os anos 2000.


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