Conecte Conosco

Mundo

Conflitos na fronteira do Camboja e Tailândia antes de ligação de Trump

Publicado

em

Na quinta-feira (11), foram registrados novos conflitos na linha divisória entre o Camboja e a Tailândia, em áreas próximas a templos históricos, pouco antes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizar uma chamada com os líderes dos dois países buscando um acordo de paz.

Desde a retomada das hostilidades na semana passada, as autoridades reportam pelo menos 20 mortos. Além disso, mais de 500 mil pessoas foram forçadas a deixar seus lares, principalmente na Tailândia.

Os confrontos começaram no domingo, motivados por uma antiga disputa territorial, apenas dois meses após um acordo temporário de paz assinado durante um evento com Trump.

Esta semana, os combates foram os mais intensos desde um conflito de cinco dias em julho, que causou muitas fatalidades antes da assinatura do frágil cessar-fogo em agosto.

Trump declarou que planeja conversar nesta quinta-feira com os líderes do Camboja e da Tailândia para exigir o fim das hostilidades.

O primeiro-ministro tailandês, Anutin Charnvirakul, comentou que o presidente americano tem boas intenções de promover a paz, mas que é necessário explicar a ele as razões e a origem dos problemas na região.

Ambos os países se acusam mutuamente pela renovação do conflito, que afeta cinco províncias na área entre Camboja e Tailândia, conforme análise da agência AFP baseada em dados oficiais.

Na manhã de quinta-feira, centenas de famílias deslocadas do nordeste da Tailândia encontraram abrigo em um campus universitário na cidade de Surin, adaptado para acolhê-las. Mulheres e voluntários preparavam alimentos para os refugiados.

Rat, uma agricultora de 61 anos, preferiu não revelar seu sobrenome, e contou que teve que fugir de sua casa com a família pouco antes do período de plantio da mandioca. “Só desejo voltar ao meu lar”, afirmou. “Cada novo surto de combate faz com que a vida pare novamente.”

Do lado tailandês, nove soldados perderam a vida e mais de 120 ficaram feridos nesta semana. Já no Camboja, 11 civis morreram e dezenas ficaram feridos.

No norte do Camboja, sob uma tenda improvisada, Chae Yeang, 88 anos, expressou seu desejo por um rápido retorno à tranquilidade. “Não quero que este conflito continue”, declarou, após ter sido retirada da sua casa próxima à fronteira.

Patrimônio cultural em risco

Correspondentes da AFP na província cambojana de Oddar Meanchey ouviram sons de artilharia vindos de uma área com templos em disputa entre os dois países.

O Ministério da Defesa do Camboja declarou que as forças tailandesas realizaram um ataque na manhã de quinta-feira na província, atingindo a região do templo Khnar.

Na fronteira oposta, o Exército da Tailândia anunciou um toque de recolher das 19h às 5h em algumas áreas de Sa Kaeo a partir de quarta-feira.

Também foi reportado pelas forças tailandesas que militares cambojanos dispararam foguetes que caíram próximos ao hospital Phanom Dong Rak, na província de Surin.

Em julho, Estados Unidos, China e Malásia intermediaram um cessar-fogo, e em outubro Trump apoiou uma declaração conjunta para buscar a paz. Contudo, a Tailândia suspendeu o acordo em novembro após um incidente com uma mina terrestre.

A Unesco, agência cultural da ONU, solicitou a proteção do patrimônio cultural da região em todas as suas formas durante os combates.

Diversos templos na área estão listados como Patrimônio Mundial pela Unesco.

Em 2008, os dois países registraram novos confrontos por uma faixa de terra próxima a um templo com 900 anos de idade. Entre 2008 e 2011, quase 20 pessoas morreram e dezenas de milhares foram forçadas a abandonar suas casas por causa da violência.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados