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Congresso dos EUA vota lei para revelar arquivos do caso Epstein
O Congresso dos Estados Unidos deve votar nesta terça-feira (18) um projeto de lei que exige a divulgação dos documentos relacionados ao caso Epstein, enfrentando resistência inicial do presidente Donald Trump, que acabou cedendo frente à pressão.
Jeffrey Epstein, magnata e condenado por crimes sexuais, morreu em sua cela em agosto de 2019 antes de ser julgado por escândalos envolvendo uma rede de menores de idade abusadas, incluindo pessoas influentes mundialmente.
Após muita resistência e intensa campanha pela liberação dos arquivos, Trump desistiu de impedir a divulgação, especialmente quando percebeu que muitos de seus aliados no Congresso apoiavam a medida.
Em sua plataforma Truth Social, o presidente americano afirmou que os republicanos da Câmara devem apoiar a transparência, ressaltando que não há nada a esconder.
O projeto, conhecido como Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, obrigaria o Departamento de Justiça a tornar públicos documentos não confidenciais detalhando a investigação sobre as atividades de Epstein e as circunstâncias de sua morte.
Esta situação gerou divisões dentro do apoio republicano a Trump, que inicialmente prometeu tornar os arquivos públicos, mas recuou quando assumiu o cargo. Acusações sugerem que ele tentou impedir a votação para esconder informações que poderiam envolvê-lo, o que o presidente nega.
Os democratas exigem a divulgação completa dos documentos, especialmente após a aparição de e-mails de Epstein mencionando Trump, nos quais o criminoso sugere que o presidente tinha conhecimento das jovens envolvidas e passou tempo com uma das vítimas em sua residência.
Trump afirma que não tinha conhecimento desses fatos e solicitou uma investigação sobre possíveis ligações entre Epstein e figuras democratas, como o ex-presidente Bill Clinton.
Durante as décadas de 1980 e início dos anos 2000, Epstein e Trump eram próximos como empresários em Nova York, embora tenham rompido relações posteriormente.
Quando morreu, Epstein enfrentava acusações federais por tráfico sexual envolvendo menores, além de ter uma condenação anterior por solicitação de prostituição, incluindo com menor de idade.
Autoridades do FBI e do Departamento de Justiça realizaram uma revisão do caso que não indicou necessidade de ocultar qualquer documento.
Os defensores da divulgação argumentam que o público merece a verdade sobre um caso com mais de mil vítimas alegadas, enquanto apoiadores de Trump esperam que os documentos também exponham figuras democratas influentes.
Se aprovado na Câmara, os democratas planejam uma forte campanha para levar o projeto ao plenário do Senado.
Trump ainda pode tentar bloquear a liberação, mas seria difícil vetar ou obstruir o projeto antes das eleições de meio de mandato em 2026.
Questionado sobre se vetaria a lei, Trump respondeu afirmativamente que assinaria o projeto caso ele passe pelo Senado.
Entretanto, esta mudança na posição do presidente é recebida com ceticismo pelas vítimas de Epstein. Haley Robson, recrutada quando tinha 16 anos para fazer massagens para Epstein, expressou sua desconfiança sobre as intenções de Trump, declarando estar traumatizada, mas alerta.
A deputada Marjorie Taylor Greene, do movimento MAGA, afirmou que sua ruptura com Trump se deve justamente aos arquivos de Epstein.
Após a votação esperada no Congresso, o verdadeiro desafio será se o Departamento de Justiça realmente divulgará os documentos ou se eles continuarão inacessíveis.

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