Saúde
Conhecida há tempos, arnica ajuda a tratar machucados e até traumas
Em relação ao uso interno, ela é utilizada como remédio homeopático para dores, contusões, artrites, reumatismo, entre outros casos
Você já deve ter ouvido falar da arnica – bastante conhecida como “um bom remédio caseiro” para machucados e dores musculares. Mas você sabia que os benefícios dela vão muito além?
Roberto Debski, médico especialista em Homeopatia e Acupuntura pela Associação Médica Brasileira, psicólogo e coach e master trainer em Programação Neurolinguística, explica que a arnica é um fitoterápico – planta com propriedades medicinais –, utilizado pela medicina natural, fitoterapia, antroposofia e homeopatia, para uso interno e externo.
“Há cerca de 30 espécies de arnica, e as mais utilizadas e conhecidas são a arnica montana, a arnica chamissonis e a arnica brasileira, todas da mesma família de plantas, asteraceae”, diz o especialista em Homeopatia.
As propriedades da arnica, de acordo com Debski, devem-se à presença na planta de compostos fenólicos e flavonoides, conhecidos por sua ação e seus efeitos anti-inflamatórios e antirradicais livres, favorecendo os processos de cicatrização, ação flebotônica ou de melhora da circulação venosa de retorno, e na diminuição de lesões aos tecidos.
6 benefícios da Arnica para a saúde
Com propriedades tão importantes, não é difícil imaginar por que a arnica já é conhecida há anos e continua sendo utilizada com frequência.
Eliete M. M. Fagundes, coordenadora do curso tradicional de Formação em Ciência da Homeopatia do Instituto Tecnológico Hahnemann e doutoranda em Psicologia pela Universidad Jonh F. Kennedy (Buenos Aires / Argentina), comenta que a arnica é uma das plantas mais divulgadas até hoje pela sua incrível capacidade de acessar múltiplos aspectos em um tratamento. Conheça abaixo alguns de seus principais benefícios:
1. Tratar machucaduras: com propriedades cicatrizantes, anti-inflamatórias, anti-hemorrágicas e antissépticas, a arnica vem sendo usada há centenas de anos com a finalidade de minimizar rapidamente sintomas de machucaduras após batidas, cortes e acidentes de toda espécie, conforme destaca Eliete.
2. Reduzir inchaço e dores: Juliana Ponce, farmacêutica responsável da Meta Manipulação, comenta que o uso tópico da arnica é comumente indicado para reduzir inchaço e a dor causados por entorses, contusões, problemas musculares e articulares, e também por picada de inseto. Em relação ao uso interno, a arnica é utilizada como remédio homeopático para dores, contusões, artrites e reumatismo.
3. Minimizar tensão pós-traumática: Juliana explica que a arnica também é muito utilizada antes e depois de cirurgias para ajudar a minimizar a tensão pós-traumática (hematomas e inchaços).
4. Poder de cicatrização e ajuda na recuperação geral: Eliete comenta que a maior propagação da arnica foi no meio estético, nas clínicas de diversas especialidades, desde salões de beleza até centros de cirurgias avançadas. “Seu rápido efeito restaurador, diminuindo a dor, acelerando a cicatrização em menos de 1/3 do tempo, amenizando significativamente as cicatrizes das cirurgias plásticas em geral, deram a ela um lugar de destaque considerável. Crianças, idosos, gestantes, adolescentes, animais, plantas todos se beneficiam da sua capacidade de recuperação”, diz.
5. Auxílio na odontologia: Eliete explica que a arnica é também aliada na odontologia, antes, durante e após tratamentos diversos, atuando como anti-inflamatória, diminuindo e evitando hemorragias.
6. Ajuda na superação de traumas: o uso oral da arnica pode ainda ser muito útil em tratamentos de caráter emocional. Eliete destaca que a homeopatia tem uma ação muito mais profunda do que a tópica porque amplia para os níveis energético, mental e emocional, acessando assim traumas emocionais ligados a todos os tipos de acidentes. “Traumas de assaltos, situações traumatizantes em geral, desde perda do emprego a separações podem ter grande reconforto em seu uso”, explica.
Formas de uso da arnica
Roberto Debski explica que a arnica pode ser usada como fitoterápico, quando é utilizada a planta fresca ou seca, que é macerada, triturada e preparada na forma de chás, tinturas, em compressas, gel e pomadas, e, então, aplicada externamente.
“Para uso interno como fitoterápico, deve-se ter cuidado, já que a arnica pode ser tóxica para o fígado (hepatotóxica), além do que há dezenas de variedades de tipos, e a dosagem para cada pessoa pode ser diferente”, alerta o médico.
Eliete reforça que o uso oral da arnica não é recomendado na forma tópica, e sim na homeopática, porque a planta possui toxidade em seu princípio ativo, a arnicina. A título de exemplo, uma orientação da especialista é utilizar a forma homeopática da arnica para ajudar no tratamento de traumas (assaltos, perda do emprego, separação, entre outras), da seguinte maneira:
- Tomar Arnica Montana CH 5: 2 gotas em um gole de água, 2 vezes ao dia por 30 dias (adultos) e 15 dias (crianças). Depois suspender e, dependendo de cada caso, a pessoa poderá continuar com CH 6, 7 até sentir-se que a queixa principal harmonizou.
Mas a orientação principal é procurar um homeopata para indicar o tratamento levando em conta as particularidades de cada caso.
Debski destaca que o uso da arnica na homeopatia, que é uma especialidade médica, e na antroposofia, é feito em formulações que são manipuladas obedecendo ao princípio das farmacopéias homeopáticas. “A arnica é diluída, dinamizada, num processo de produção que libera suas propriedades curativas e, então, preparada nas formas de glóbulos, gotas, pomadas e cremes, e também injetável”, diz.
Advertências sobre a arnica
Eliete explica que o maior cuidado é com o uso interno da arnica. “No uso externo, assim que houver cicatrização, a pessoa deve suspender o uso”, diz.
Debski destaca que, pela possibilidade da arnica ser hepatotóxica, deve-se ter muito cuidado com a utilização como fitoterápico para uso interno, e também com a escolha e procedência da planta, e ainda, com a quantidade a ser utilizada, especialmente para seu uso caseiro.
“Há contraindicação de seu uso nesta apresentação (fitoterápica para uso interno) para grávidas, lactentes ou pessoas com sensibilidade comprovada à arnica”, acrescenta o médico.
Para o uso tópico, em compressas, pomadas e cremes, os riscos são menores. “Porém, mesmo assim, deve-se procurar a orientação de um médico ou profissional que tenha prática na utilização da arnica para orientação”, alerta o médico.
“Quando a arnica é preparada em formulação homeopática, não é comum haver efeitos colaterais. Mas vale lembrar que as formulações de arnica, em uso interno ou externo, devem ser prescritas por um médico homeopata”, finaliza Debski.
Agora você já sabe que a arnica pode ser mesmo “um santo remédio”, desde que utilizada corretamente e sem colocar em risco a saúde. Por isso, não hesite em procurar as orientações de um homeopata quando quiser se beneficiar do uso desta famosa planta.
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