Conselho inicia processo contra deputado por ofensas a Gleisi

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados se reúne na tarde desta terça-feira, 8, para iniciar o procedimento contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES). O parlamentar fez ataques à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e ao deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ).

No começo de maio, o Conselho de Ética suspendeu o mandato de Gilvan por três meses, justificando porque sua conduta foi incompatível com o decoro parlamentar. Em uma sessão na Câmara, ele afirmou de forma indireta que Gleisi “deve ser uma prostituta do caramba” e provocou Lindbergh após ser chamado de “desqualificado”. O deputado do PL não contestou a decisão.

O relator, Ricardo Maia (MDB-BA), afirmou que as ações de Gilvan, nos dois episódios, ultrapassam os limites da liberdade de expressão parlamentar, incluindo ataques pessoais e insultos morais, com termos ofensivos que ferem a dignidade das pessoas e prejudicam os valores institucionais da Câmara.

No início de maio, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentou representação contra Gilvan pela suposta quebra de decoro parlamentar ao ofender Gleisi Hoffmann. O documento enfatiza que o deputado do PL a vinculou ao termo “amante”, referindo-se a uma alcunha ligada a um esquema envolvendo a empresa Odebrecht.

Gilvan mencionou a chamada “lista da Odebrecht”, relacionada à Operação Lava Jato de 2016. Nesta lista, o nome de Gleisi aparecia entre 279 políticos suspeitos de receber pagamentos ilegais da construtora.

Este não é o primeiro episódio polêmico de Gilvan em seu primeiro mandato, iniciado em 2023. Neste ano, ele já chegou a desejar a morte do presidente Lula.

Em outubro de 2023, Gilvan foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por calúnia e difamação contra Lula, chamando-o de “ladrão” e “corrupto”, além de atacar o então ministro da Justiça e atual ministro do STF, Flávio Dino, durante um ato do Movimento Pró-Armas em Brasília.

Em junho de 2024, o deputado propôs uma luta em ringue profissional contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES) durante discurso no plenário da Câmara. No mesmo mês, empurrou um homem que declarou “viva a maconha” em uma sessão de comissão e solicitou revista no indivíduo.

Em dezembro de 2023, Gilvan chamou o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) de “traidor” em sessão do Congresso Nacional, precisando ser contido por seguranças.