Economia
COP-30: uma chance para unir países contra a crise climática

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, afirmou que a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-30), marcada para novembro em Belém (PA), será uma importante ocasião para os países reforçarem a cooperação global no enfrentamento das mudanças climáticas.
“A COP-30 representa uma oportunidade para fortalecermos a colaboração internacional e encontrarmos novas soluções”, declarou Marina Silva em coletiva de imprensa.
Após o último dos seis encontros regionais do Balanço Ético Global (BEG), ocorrido na sexta-feira (19) em Nova York, a ministra destacou, ao lado do presidente designado da COP-30, embaixador brasileiro André Corrêa do Lago; da fundadora do Centro de Ética da Terra, Karenna Gore; e do conselheiro especial do Secretário-Geral da ONU para Ação Climática, Selwin Hart, a necessidade de reforçar a diplomacia climática que encontra desafios atuais.
“O multilateralismo está ameaçado, e sua fragmentação seria um desastre”, alertou Marina Silva, mencionando a decisão dos Estados Unidos de sair do Acordo de Paris em 2026, pacto firmado por 195 nações para conter o aumento da temperatura global.
Embora seja um grande revés, dado que os EUA são a maior potência econômica, a segunda maior emissora de gases de efeito estufa e a principal potência tecnológica, a ministra acredita que a situação também pode estimular os países a mostrarem união na luta climática.
Ela explicou que os desafios do clima exigem mudança de mentalidade e ações concretas para garantir até 2035 os US$ 1,3 trilhão necessários para apoiar os países em desenvolvimento na redução dos gases poluentes e na adaptação aos impactos climáticos, incluindo a substituição gradual dos combustíveis fósseis por energias limpas, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa.
“Embora as fontes renováveis ainda tenham limitações para suprir a demanda energética total, principalmente nos setores econômicos, é fundamental avançar no fornecimento de energia limpa”, afirmou Marina Silva.
Ela reforçou que não se deve adiar decisões já acordadas, como a ampliação do uso de energias renováveis, aumento da eficiência energética e investimentos em uma matriz energética diversificada e limpa.
Quanto aos altos preços para hospedagem em Belém durante a COP-30, a ministra os classificou como “inaceitáveis” e assegurou que o governo está tomando medidas para garantir a participação das delegações internacionais e da sociedade civil no evento.
André Corrêa do Lago acrescentou que o governo federal e o governo do Pará estão buscando meios legais para controlar os aumentos excessivos, que chegam a ser até dez vezes maiores do que os valores habituais, o que é considerado um absurdo.
Para facilitar a estadia, há propostas para reservar quartos específicos para delegações de países menos desenvolvidos, pequenas ilhas e outras nações com diferentes condições econômicas, garantindo a participação ampla na conferência, que inclui além dos delegados, membros da sociedade civil, acadêmicos, setor privado e imprensa.
André Corrêa do Lago reconheceu que os preços continuam desproporcionais e impactam a organização do evento, mas reforçou os esforços para que todos possam estar presentes na COP-30.

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