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Coronavírus: China marca nova data para a sessão anual do Parlamento
Governo chinês quer mostrar força e demonstrar que o país foi capaz de controlar a pandemia de Covid-19
A sessão anual do Parlamento chinês foi remarcada após ter sido cancelada devido a pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Pequim anunciou nesta quarta-feira, 29, que os quase 3.000 deputados irão se encontrar em 22 de maio.
Reunir os milhares de deputados no Palácio do Povo, até o momento, parecia impossível. Mas com a queda brusca no número de novos casos comunitários de Covid-19, o presidente, Xi Jinping busca dar uma demonstração de força à população. Dos 22 novos casos diagnosticados nesta quarta-feira, 21 eram importados.
“É um sinal de força”, interpretou o cientista político Willy Lam, da Universidade Chinesa de Hong Kong. Lam ressaltou que a “mensagem é que sob o comando de Xi Jinping, o país controlou muito bem epidemia, muito melhor que os Estados Unidos“, o país mais afetado pelo vírus.
Um dos objetivos desse encontro, considera Lam, será o de tranquilizar os cidadãos chineses quanto à economia do país, já que ela retrocedeu 6,8% no primeiro semestre de 2020.
A sessão anual do Parlamento é o momento em que o governo anuncia a previsão de crescimento anual. Mas diante do contexto econômico incerto, Pequim talvez apresente projeções para os próximos dois anos, de acordo com a empresa de consultoria Trivium China. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI), projetou para a China um crescimento “moderado” de 1,2% em 2020, com um avanço de 9,2% em 2021, quando a economia mundial deve retomar o rumo.
A China tenta voltar à normalidade, apesar do impacto econômico. Nesta quarta-feira, a prefeitura de Pequim anunciou o fim da quarentena obrigatória de 14 dias submetidas a quase todas as pessoas que chegavam à capital chinesa. Porém, os viajantes procedentes da província de Hubei, marco zero da pandemia, e os estrangeiros continuam sendo obrigados a passar pelo isolamento de duas semanas.
A reunião dos deputados tem duração de 10 dias e neste ano devem ser apresentadas 17 leis sobre saúde e higiene, de acordo com a agência oficial. Entre as normas também figuram a proibição do comércio de animais selvagens e o fortalecimento da legislação para a prevenção de epidemias.
Ao todo, a China tem hoje 83.940 casos de Covid-19 e 4.637 mortes, além de mais de 78.400 pacientes recuperados. Nesta terça-feira 28, o Brasil ultrapassou o país em número de óbitos, ao atingir a marca de 5.017 falecimentos.
Os primeiros casos da doença foram detectados em dezembro passado em Wuhan, na China. Acredita-se que o vírus tenha se originado em um mercado de frutos do mar na cidade. Ao longo dos últimos meses, a China passou do epicentro da Covid-19 ao primeiro país a colocar em prática uma reabertura após quase dois meses de isolamento social.
Pequim, contudo, não está imune a críticas. O governo vem sendo acusado pelos Estados Unidos de subnotificar os casos e óbitos intencionalmente. Os métodos radicais utilizados pelos chineses para controlar o isolamento social de sua população também foram questionados, assim como a prisão de médicos e ativistas que denunciaram o surgimento da doença no fim do ano passado.
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