O coronel Francisco Feitosa, preso por suspeita de extorquir dinheiro de empresários em troca de pagamentos pela Polícia Militar do Distrito Federal, está preso em uma espécie de “suíte” com cama e banheiro privativos e recebeu visitas fora dos dias convencionais. Ele está detido temporariamente (por cinco dias) desde terça-feira (14), alvo da operação Mamom.
As visitas aos presos só ocorrem no fim de semana, mas na quarta-feira, ele recebeu visitas, incluindo a da mãe, que trouxe roupa e comida. Ele também conseguiu um ventilador e café passado na hora.
Questionada, a Corregedoria da PM negou que ele tenha tido qualquer regalia. Disse que está cumprindo a Lei de Execuções Penais e que o coronel está em uma cela com cama simples e um banheiro. E que somente a mãe e a esposa foram visitá-lo.
Durante a operação, também foram presos três empresários. Eles estão detidos na carceragem da Polícia Civil. Um deles é Rogério Gomes Amador, cunhado do coronel. Segundo as investigações, ele exigia propina de empresários em nome do militar, para liberar os pagamentos devidos pela PM.
Os outros presos são Clayton Esperândio e Alessandro Salgueiro. Eles foram apontados como responsáveis por convencer outros empresários a pagar propina. Todos devem ficar presos até sábado (18).
Contratos sob suspeita
Entre os contratos investigados, estão os de manutenção de viaturas. Como um da “M.R.S da Rocha”. A empresa recebeu, em maio do ano passado, três repasses da PM para manutenção da frota oficial: quase R$ 366 mil.
Outro contrato sob suspeita é o da compra de 52 rádios de novos carros da corporação, por R$ 360 mil. O contrato foi firmado pelo coronel Feitosa – que estava à frente do Departamento de Logística e Finanças da PM desde janeiro de 2016, com salário de R$ 19,5 mil por mês, sendo exonerado após as denúncias – e a Motorola Solutions.
Segundo os investigadores, os rádios não funciona. No entanto, o policial que atestou isso em um relatório foi afastado. Por causa das suspeitas, o foco da apuração foi ampliado e estão sendo investigados todos os contratos dos últimos cinco anos. A TV Globo pediu à PM o levantamento dos contratos dos últimos anos e valores, mas a corporação não quis passar a informação.
A defesa dos presos e os representantes das empresas Motorola Solutions e MRS da Rocha não foram localizados.
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