Conecte Conosco

Notícias Recentes

Corpo de homem em situação de rua morto por policial em SP está no IML há dois meses

Publicado

em

O corpo de Jeferson de Souza, um homem que vivia nas ruas e foi morto por um policial militar em 13 de junho, continua no Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo dois meses após o ocorrido.

A família de Jeferson, que reside em Alagoas, declarou não ter recursos para custear o transporte do corpo para seu local de origem.

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pela investigação, entrou em contato com os familiares para direcioná-los à Defensoria Pública de São Paulo, que deve auxiliar na organização do translado.

Antes disso, a Polícia Científica precisa confirmar oficialmente a identidade de Jeferson, por meio da comparação do material genético dele com o dos familiares. “Verificou-se que a vítima nunca teve documento de identidade emitido, impossibilitando o reconhecimento por meio de impressões digitais. Para confirmar geneticamente, o Núcleo de Biologia e Biotecnologia (NBB), da Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC), está providenciando a coleta de material genético dos familiares diretamente em Alagoas”, informa a SSP.

Mesmo assim, a pasta declara que o DHPP já reuniu provas que permitem identificar Jeferson com alta confiabilidade.

Contexto do Caso

Jeferson de Souza, 23 anos, foi baleado com três tiros de fuzil — um na cabeça e dois no tórax — na Rua da Figueira, sob o Viaduto 25 de Março.

O registro oficial da ocorrência, baseado no relato dos policiais, apontou que Jeferson foi abordado por comportamento suspeito.

Segundo boletim de ocorrência, durante a abordagem, ele teria resistido, tentando tomar a arma de um dos policiais; então, os militares realizaram disparos contra ele.

A vítima chegou a ser socorrida e levada ao Hospital Santa Casa, porém não resistiu aos ferimentos.

No entanto, o que foi relatado no documento contraria as imagens captadas, pois Jeferson não estava armado, não reagiu nem tentou sacar a arma dos agentes.

Imagens Contradizem a Versão Oficial

As gravações da câmera corporal de um dos policiais revelam que o 1º tenente Alan Wallace dos Santos Moreira atirou em Jeferson enquanto ele estava rendido embaixo de uma ponte. O vídeo mostra uma conversa entre os policiais e Jeferson por vários minutos antes do disparo fatal. O jovem aparece rendido e chorando.

Alan Wallace e o soldado Danilo Gehrinh, que filmou o ocorrido, foram detidos em 22 de julho após solicitação do Ministério Público de São Paulo (MPSP). O promotor Enzo de Almeida, da 4ª Vara do Júri, afirmou que os policiais agiram com crueldade e demonstraram total desrespeito pela vida humana.

A SSP informa que a Polícia Militar prendeu imediatamente os envolvidos após ter acesso às imagens. Ambos permanecem detidos no Presídio Militar Romão Gomes (PMRG), enquanto a Corregedoria realiza o Inquérito Policial Militar (IPM). A corporação reafirma que não aceita abusos e desvios de conduta, garantindo que os responsáveis responderão legalmente e disciplinarmente.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados