Conecte Conosco

Notícias Recentes

Corpo de jovem morto em ação da Rota na Favela do Moinho é enterrado

Publicado

em

Leandro de Souza Santos foi baleado durante operação da PM no Centro de SP na terça (27). Família teve dificuldades para conseguir retirar o corpo do IML Central na quarta (28).

O corpo de Leandro de Souza Santos, de 18 anos, morto durante uma ação da Rota na Favela do Moinho, no Centro de São Paulo, foi enterrado no fim da manhã desta quinta-feira (29), no Cemitério da Vila Formosa, na Zona Leste da cidade.

O enterro acontece dois dias após a morte, pois a família teve dificuldades em retirar o corpo do Instituto Médico-Legal (IML). Parentes e amigos choraram e pediram justiça enquanto o caixão era sepultado.

Policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de elite da PM paulista, fizeram operação na comunidade na manhã de terça-feira (27). Santos foi baleado durante a ação.

Ele foi levado à Santa Casa, mas já chegou morto no hospital. A família reconheceu o corpo do menino, mas ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) como desconhecido, segundo informou ao G1 a assessoria de imprensa do vereador Eduardo Suplicy, que acompanha o caso. O corpo só foi retirado na noite de quarta.

Leandro Souza morreu na Favela do Moinho (Foto: Glauco Araújo/G1)

Leandro Souza morreu na Favela do Moinho 

Tiros e tortura

Segundo Lucas Santos, irmão da vítima, o jovem foi torturado e levou cinco tiros, sendo dois no peito e três na barriga. “Mataram meu irmão”, disse. “Tinha um martelo sujo de sangue. Deram martelada no meu irmão.”

Foto feita na casa onde o jovem foi baleado mostra o martelo e diversas manchas de sangue (veja abaixo).

arcas de sague no cômodo da casa onde um rapaz foi baleado por um policial militar, na Favela do Moinho, em São Paulo (SP), na manhã desta terça-feira (Foto: Rogério de Santis/Futura Press/Estadão Conteúdo)

marcas de sangue no cômodo da casa onde um rapaz foi baleado por um policial militar, na Favela do Moinho, em São Paulo (SP), na manhã desta terça-feira 

“Eu abri meu barraco e os policiais disseram que não tinham feito nada com ele. Eles mentiram”, disse a mãe do jovem morto, a auxiliar de cozinha Maria Odete Gonzaga de Souza, de 46 anos.

“Falaram até que meu filho estava com a arma apontada para eles [PMs], mas é mentira. O que eles fizeram com ele foi uma malvadeza, uma crueldade, porque eles não têm o que fazer e ficam tirando a vida de gente inocente.”

Em nota enviada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Polícia Militar informa que “todos os fatos que ocorreram na operação realizada pela Rota” estão sendo “investigado em Inquérito Policial Militar”. “O DHPP também instaurou IP e vai investigar a morte que ocorreu durante a intervenção dos policiais militares.”

Os PMs disseram que Leandro se recusou a ser abordado e fugiu para “uma habitação, tirando os moradores que lá estavam e passando a atirar contra os policiais, que reagiram”. A nota diz, ainda, que “duas pessoas foram presas na operação. Uma delas foi flagrada com uma motocicleta furtada e a outra com entorpecentes e um celular roubado”.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados