Correios consegue aprovação para empréstimo de R$ 12 bilhões, aguarda aval do Tesouro

O Conselho de Administração dos Correios aprovou nesta quarta-feira um empréstimo no valor de R$ 12 bilhões, negociado com um consórcio formado por cinco grandes bancos. Entretanto, a conclusão dessa operação depende da aprovação do Tesouro Nacional, que ainda está avaliando a garantia da União.

Os bancos envolvidos na proposta são Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Há expectativa de que o Tesouro conceda a garantia da União, pois as negociações foram feitas em conjunto pelos bancos.

Quando questionado sobre a possibilidade de autorização até sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que isso é factível.

A modalidade de pagamento sugerida pelos bancos prevê um prazo de 15 anos, com três anos de carência, e uma taxa de juros de 115% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) ao ano, que é a taxa usada pelos bancos para empréstimos entre si, aproximando-se da taxa Selic.

Este auxílio financeiro está condicionado à implementação de um plano de reestruturação da empresa, que inclui medidas para reduzir custos e aumentar as receitas, buscando o retorno à lucratividade até 2027.

O plano prevê a saída de 15 mil empregados, sendo 10 mil em 2026 e outros 5 mil em 2027, por meio de um programa de demissão voluntária (PDV). Além disso, está previsto o fechamento de 1.000 unidades. Em termos de receita, há planos de firmar parcerias com o setor privado para ampliar a variedade de serviços oferecidos.

Na rodada anterior, um grupo de bancos incluindo Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra apresentou uma proposta de empréstimo de R$ 20 bilhões com juros correspondentes a 136% do CDI. Embora tenha sido aprovada pelo Conselho de Administração, essa proposta foi rejeitada pelo Tesouro, pois ultrapassava o limite padrão de 120% do CDI para operações com aval da União.