Economia
Correios inicia nova negociação com bancos após recusa do Tesouro
A direção dos Correios está empenhada em finalizar ainda nesta quinta-feira (4) uma terceira rodada de negociações com instituições financeiras para tentar reduzir a taxa de juros de um empréstimo de R$ 20 bilhões. O objetivo é alcançar as condições estabelecidas pelo Tesouro Nacional para garantir a operação, mantendo os juros limitados a 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI).
Se um acordo for alcançado, o plano é encaminhar uma nota técnica com os principais pontos do empréstimo ao Conselho de Administração da empresa até sexta-feira.
Ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) consideraram a possibilidade de conceder uma medida cautelar para limitar os juros à taxa utilizada pelo Tesouro como parâmetro para operações de crédito garantidas pela União. O tribunal iniciou uma auditoria para acompanhar e fiscalizar este empréstimo bilionário.
No entanto, na terça-feira, o presidente dos Correios, Emmanoel Rondon, foi informado pelo Tesouro que não há possibilidade de flexibilização do teto de juros em 120% do CDI, taxa que serve como referência nas operações entre bancos, equivalente a 18% ao ano.
Na oferta mais recente, os bancos BTG Pactual, Citibank, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra propuseram juros de 136% do CDI — cerca de 20% ao ano — para o crédito de R$ 20 bilhões.
Os Correios estão com urgência e buscam obter pelo menos R$ 10 bilhões até o final deste ano para conter as perdas financeiras e implementar um plano de reestruturação que assegure a sustentabilidade da empresa a longo prazo, sem depender de recursos da União.
Se as negociações não conseguirem avançar, uma alternativa em consideração é reunir os ministros envolvidos para discutir outras soluções, como um aporte direto do Tesouro Nacional. É possível que o tema seja levado para a Junta de Execução Orçamentária (JEO) para uma decisão colegiada sobre a crise da estatal, ou incluso discutido em uma reunião mais ampla que inclua o Ministério das Comunicações, ao qual a empresa está vinculada.
O empréstimo de R$ 20 bilhões foi definido pela administração da empresa como o valor necessário para equilibrar as contas até dezembro de 2027. Essa linha de crédito depende da implementação de um plano de recuperação da empresa em dois anos, que inclui medidas para reduzir gastos e aumentar receitas.


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