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Cortes na ajuda dos EUA podem prejudicar combate à aids, alerta ONU

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A suspensão do apoio financeiro dos Estados Unidos pode desfazer os avanços conquistados ao longo dos anos na luta global contra a aids, segundo alertou a ONU nesta quinta-feira (10).

Atualmente, cerca de 31,6 milhões de pessoas fazem uso de medicamentos antirretrovirais, e os óbitos relacionados ao HIV diminuíram mais da metade desde 2010, conforme relatório recente da Unaids.

No entanto, a redução dos recursos americanos resultou no fechamento de programas essenciais de prevenção e tratamento, o que aumenta o risco de novos casos.

Historicamente, os Estados Unidos são o maior doador internacional nesta área, mas o corte abrupto da ajuda realizado pelo presidente Donald Trump em fevereiro colocou em risco os esforços humanitários.

Winnie Byanyima, diretora-executiva da Unaids, declarou à AFP que, apesar do orgulho pelas conquistas, há temores de retrocesso devido à interrupção repentina do apoio.

A ONU frisou que, caso o programa americano Pepfar seja definitivamente suspenso, poderá haver mais de 6 milhões de novas infecções e 4,2 milhões de mortes relacionadas à aids nos próximos quatro anos, retornando a uma situação inédita desde o início dos anos 2000.

Byanyima caracterizou a situação como uma “bomba-relógio” com efeitos já sentidos mundialmente.

Segundo o relatório da Unaids, mais de 60% das organizações de combate ao HIV lideradas por mulheres sofreram perdas de financiamento ou tiveram que interromper seus serviços.

Na Nigéria, por exemplo, o número de pessoas que recebem a medicação preventiva PrEP caiu mais de 85% nos primeiros meses de 2025.

A luta global contra a aids é uma história relevante de progresso em saúde pública, destacou a representante da Unaids, porém o corte radical imposto representa uma interrupção grave e injusta que não deveria acontecer.

Além disso, pesquisas importantes sobre prevenção e tratamento, muitas delas na África do Sul, têm sido afetadas por essa falta de apoio financeiro.

Em apenas 25 dos 60 países com baixa ou média renda pesquisados, os governos conseguiram suprir parte da falta de recursos com fundos próprios.

Byanyima finalizou reforçando que o investimento na luta contra a aids continua salvando vidas e defendeu a necessidade de reduzir dívidas e reformar as instituições financeiras internacionais para que os países em desenvolvimento possam financiar as suas próprias respostas à pandemia.

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