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CPI do INSS convoca ex-ministros desde governo Dilma

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) inicia nesta terça-feira, 25, com a convocação de ministros da Previdência dos governos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de dez ex-presidentes do INSS no foco das investigações.
Na ordem do dia, deputados e senadores decidirão sobre a aprovação da convocação do ex-ministro Carlos Lupi, que era chefe da pasta durante a crise envolvendo descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões.
Além de Lupi, a CPI também planeja chamar José Carlos Oliveira, ministro no governo Bolsonaro, e Carlos Gabas, que atuou na gestão Dilma, conhecido opositor no Senado.
Gabas já foi alvo de críticas na CPI da Covid e foi acusado de estar ligado à compra irregular de 300 respiradores no valor aproximado de R$ 48 milhões, que jamais chegaram aos estados. Sua convocação, porém, foi rejeitada pelos senadores.
Relatórios recentes indicam possível envolvimento de membros do governo atual em crimes relacionados à compra desses respiradores, incluindo o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
A oposição estabeleceu como prioridade chamar ministros desde a época de Dilma e os ex-presidentes do INSS – no total, dez pessoas que lideraram o instituto entre 2012 e 2025 – para responder sobre os descontos questionados.
São eles:
- Lindolfo Neto de Oliveira Sales, presidente entre 2012-2015;
- Elisete Berchiol da Silva Iwai, presidente entre 2015-2016;
- Leonardo de Melo Gadelha, presidente entre 2016-2017;
- Francisco Paulo Soares Lopes, presidente entre 2017-2018;
- Edison Antônio Costa Britto Garcia, presidente entre 2018-2019;
- Renato Rodrigues Vieira, presidente entre 2019-2020;
- Leonardo José Rolim Guimarães, presidente entre 2020-2021;
- Guilherme Gastaldello Pinheiro Serrano, presidente entre 2022-2023;
- Glauco André Fonseca Wamburg, presidente interino em 2023;
- Alessandro Stefanutto, presidente entre 2023-2025.
Esses requerimentos foram apresentados pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), que pretende conduzir um trabalho técnico e coerente com a maioria da CPI, buscando identificar aqueles que deram suporte político às operações fraudulentas.
Gaspar também já solicitou a convocação de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e do atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz, embora esses pedidos ainda não estejam na pauta.
Uma tática da oposição é pressionar os governistas, expondo-os ao constrangimento. O governo formou uma equipe para tentar barrar convocações, como a do irmão do presidente Lula, Frei Chico, líder sindical de uma entidade responsável por descontos irregulares em benefícios do INSS.
O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que se houver bloqueio dos requerimentos, ficará evidente o interesse da base governista no controle da CPI.
Essa pressão e a incerteza estão motivando alguns membros a deixarem a comissão. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) pediu substituição, e o líder do partido, senador Eduardo Braga (AM), também considera sair. Lideranças do PSD, como Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA), também cogitam deixar a comissão.
Oposição enxerga impacto eleitoral na CPI para 2026. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), declarou que querem revelar a verdade, punir os culpados e criar mecanismos para evitar reincidência, com o objetivo de derrotar o PT e a estrutura sindical nas eleições futuras.
Já o deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), autor do requerimento para a CPMI, afirmou que a oposição pretende convocar todos os envolvidos, inclusive o irmão do presidente Lula. Ele declarou que há quase 200 requerimentos a serem apresentados, com várias pessoas e sindicatos a serem ouvidos.

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