CPI do INSS trará impactos para o governo, diz presidente

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da CPI do INSS, eleito através de uma articulação da oposição, afirma que a comissão inevitavelmente causará impactos no Palácio do Planalto.

“O governo desejava uma CPI com pouca visibilidade e transparência. A população já duvidava que a CPI resultaria em algo concreto. Nosso objetivo é realizar uma investigação séria. Os impactos para o governo surgirão. O escândalo foi identificado durante o governo do Lula, porém também haverá consequências no governo Bolsonaro“, declarou em entrevista.

O parlamentar mencionou que o irmão do presidente Lula, Frei Chico, que é vice-presidente de um sindicato, poderá ser convocado caso haja evidências de envolvimento nas fraudes, embora a Polícia Federal ainda não tenha encontrado tais evidências. Além disso, Viana revelou que solicitará ao ministro André Mendonça, relator no STF do caso INSS, acesso aos inquéritos relacionados.

Sobre a condução da CPI, Viana explicou que seu perfil centrista foi fundamental para angariar votos tanto da oposição quanto do governo, favorecendo um encaminhamento sério e sem ideologia. Ele destacou o início produtivo da comissão, incluindo a aprovação consensual dos requerimentos e plano de trabalho, com depoimentos de funcionários do INSS e do advogado denunciante programados para os próximos dias.

Quanto ao impacto político da CPI, o senador reconhece que haverá desgastes para ambos os governos, destacando que isso faz parte do funcionamento do Parlamento. Sobre a convocação de Frei Chico, enfatizou que será feita apenas se houver provas concretas, evitando motivações políticas.

Viana também mencionou que recebeu pedidos de governistas para garantir previsibilidade e uma agenda organizada, compromisso que foi assumido para facilitar articulações.

Em relação aos investigados, todos os ministros da Previdência, assim como ex-superintendentes, serão convocados para esclarecer suas ações no combate às fraudes, garantindo uma investigação abrangente que deverá durar meses. O senador vai solicitar o compartilhamento dos inquéritos da Polícia Federal para aprimorar os trabalhos da CPI.

Sobre a saída de nomes importantes alinhados ao governo, como os senadores Omar Aziz e Renan Calheiros, da comissão, Viana afirmou que a substituição por outros governistas pode minimizar mudanças no equilíbrio da CPI.