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CPMI do INSS convoca dono do Banco Master e governador Zema

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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovou nesta quinta-feira (4) a convocação e a quebra do sigilo telemático, bancário e fiscal de Daniel Bueno Vorcaro, proprietário do Banco Master. Além disso, a CPMI aprovou também a convocação do governador de Minas Gerais (MG), Romeu Zema, do partido Novo.

Tanto Vorcaro quanto Zema estão sob investigação da CPMI por possíveis irregularidades na oferta de empréstimos consignados a aposentados e pensionistas do INSS, um dos focos principais da comissão.

O presidente do Banco Master, Vorcaro, já foi preso e posteriormente liberado, acusado de fraudes em operações financeiras que somam até R$ 12 bilhões, conforme informações da Polícia Federal. O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ressaltou que é urgente convocar Vorcaro para esclarecer o alto número de reclamações relacionadas a empréstimos consignados feitas à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) nos últimos anos.

Também foi aprovado o envio do relatório de inteligência financeira do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que detalha as movimentações bancárias de Vorcaro.

A comissão também decidiu convocar representantes dos bancos Daycoval, Pan, Agibank e BMG, mas rejeitou a convocação de dirigentes do Santander, Crefisa, C6 e da Zema Financeira.

Convocação do governador Romeu Zema

A aprovação da convocação do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, gerou protestos da oposição. O pedido foi feito pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), que sustenta que a Zema Financeira, ligada ao governador, teria sido beneficiada por uma Medida Provisória do governo de Jair Bolsonaro em 2022, permitindo empréstimos consignados para beneficiários do Bolsa Família — então chamado de Auxílio Brasil.

Correia destacou que a Zema Financeira foi uma das poucas instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central a oferecer essa linha de crédito, com o desconto automático das parcelas diretamente nos pagamentos do governo, podendo chegar a até 40% do benefício recebido pelas famílias.

Romeu Zema enviou uma nota à CPMI solicitando não ser convocado, afirmando que deixou a empresa Zema Financeira ao assumir o governo de Minas em outubro de 2018, e que não poderia esclarecer sobre a atuação da instituição financeira.

No entanto, Correia rebateu esclarecendo que, embora Zema tenha deixado a direção da empresa por obrigações legais, ele permanece como acionista, detendo 16,41% das ações. Outros membros da família, incluindo seu pai Ricardo Zema (51%), seu irmão Romero Zema (16,41%) e sua irmã Luciana Zema (16,18%), completam a totalidade das ações da empresa.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) lamentou a decisão da CPMI pela convocação em vez de um convite ao governador Zema, afirmando que a convocação obriga o comparecimento, enquanto o convite é uma manifestação voluntária. Ela destacou que o governador está disposto a comparecer para mostrar seus métodos de governança e transparência.

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