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Economia

Crédito avança em setembro, mas em ritmo mais lento, diz Banco Central

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O montante de dinheiro emprestado por bancos, financeiras e outras instituições financeiras no país cresceu em setembro, apesar de o ritmo desse crescimento ter diminuído em relação aos meses anteriores. Conforme dados divulgados pelo Banco Central (BC), o saldo total das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 6,8 trilhões, representando alta de 1,1% em comparação a agosto.

Embora tenha ocorrido um avanço no mês, a taxa de expansão anual desacelerou, passando de 10,4% em agosto para 10,1% em setembro, indicando que o crédito segue crescendo, porém em um passo mais lento.

Considerando não apenas empréstimos bancários, mas também outras formas de crédito como títulos de dívida e operações com o setor público, o crédito ampliado ao setor não financeiro—que abrange famílias, empresas e governo—somou R$ 19,8 trilhões, o que corresponde a 158,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Empresas e famílias buscaram mais crédito

O crédito destinado às empresas aumentou 1,7% em setembro, alcançando R$ 2,6 trilhões. Para as famílias, o crédito cresceu 0,7%, totalizando R$ 4,3 trilhões.

Entre as modalidades mais frequentes entre as empresas estão o capital de giro—dinheiro emprestado para cobrir despesas cotidianas—e o desconto de duplicatas e outros recebíveis, uma modalidade que permite antecipar valores a receber de clientes e que teve um crescimento de 8,9% no mês.

Para as famílias, os principais aumentos foram observados no crédito pessoal não consignado, cujas parcelas não são descontadas diretamente do salário, que subiu 1,5%, e no financiamento de veículos, com alta de 1,4%.

Outro destaque é o crédito consignado para trabalhadores do setor privado, dentro do programa “Crédito do Trabalhador”, que registrou crescimento de 9,6% nos últimos 12 meses.

Taxas de juros nas novas operações

Uma notícia positiva em setembro foi a queda nas taxas médias de juros cobradas em novos empréstimos, após meses consecutivos de alta.

A taxa média de juros nas novas concessões reduziu 0,4 ponto percentual no mês, situando-se em 31,3% ao ano. Apesar dessa baixa, o custo do crédito ainda é elevado: a taxa está 3,8 pontos percentuais acima do nível registrado em setembro de 2024.

No chamado crédito livre — quando os bancos definem livremente as taxas, sem subsídios do governo — a taxa média ficou em 45,5% ao ano.

As maiores quedas aconteceram no cartão de crédito rotativo, que caiu 103,6 pontos percentuais, e no empréstimo pessoal não consignado, com redução de 2,8 pontos percentuais.

O spread bancário — diferença entre o custo que os bancos têm para captar recursos e os juros cobrados dos clientes — caiu 0,3 ponto, ficando em 20,3 pontos percentuais, refletindo o lucro financeiro embutido nas operações de crédito.

Inadimplência e endividamento ainda são altos

A inadimplência, medida pelo atraso superior a 90 dias nos pagamentos de dívidas, ficou estável em 3,9% em setembro. Comparado com o ano anterior, houve aumento de 0,7 ponto percentual.

No crédito livre, a inadimplência foi de 5,3%. Entre as famílias, o índice chegou a 6,7%, enquanto entre as empresas foi de 3,2%.

O endividamento das famílias — a proporção da renda comprometida com dívidas — continua elevado. Em agosto, esse índice foi de 48,9%, e o compromisso mensal da renda com o pagamento das parcelas alcançou 28,5%. Isso indica que quase um terço da renda média familiar é destinada apenas ao pagamento de dívidas.

Pix registra recorde

O Banco Central também comunicou que o Pix, sistema de transferências instantâneas, estabeleceu um recorde histórico em setembro, movimentando R$ 1,7 trilhão — o maior valor desde a criação do sistema em 2020.

As transferências entre pessoas físicas cresceram 17,9% em valor se comparado ao mesmo mês do ano anterior. Já os pagamentos realizados a estabelecimentos comerciais aumentaram 26,5%, impulsionados pelo uso crescente do Pix em compras diárias.

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