Economia
Crédito do BNDES alcança R$ 230 bilhões
De janeiro a setembro deste ano, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) autorizou R$ 230 bilhões em operações de crédito, tanto diretas quanto indiretas, incluindo empréstimos realizados através de outras instituições, porém garantidos pelo banco.
Essa quantia representa um crescimento de 39% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Micro, pequenas e médias empresas foram responsáveis por 67% desse montante, o equivalente a R$ 155,1 bilhões, divididos entre R$ 91,3 bilhões em garantias e R$ 63,7 bilhões em crédito efetivo.
Em relatório operacional e financeiro divulgado nesta sexta-feira (14), o BNDES revelou que sua carteira total de crédito atingiu R$ 616 bilhões, um aumento de 12% em relação ao terceiro trimestre do ano passado, alcançando o maior nível dos últimos nove anos. Os desembolsos dessas operações subiram 17%, alcançando R$ 101,9 bilhões no período de janeiro a setembro.
O diretor financeiro, Alexandre Abreu, ressaltou que o volume liberado para a indústria cresceu 50%, totalizando R$ 27,3 bilhões, ultrapassando os R$ 24,9 bilhões destinados ao agronegócio.
Alexandre Abreu comentou: “Há algum tempo, o setor agropecuário era maior que o industrial, o que evidencia nosso empenho na retomada da indústria nacional”.
Apesar do destaque industrial, todos os setores, exceto infraestrutura, apresentaram aumento tanto nas autorizações quanto nos desembolsos. A área de infraestrutura registrou queda de 10% nas aprovações e estabilidade nos desembolsos.
Segundo o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, a diminuição no interesse por novas operações é parcialmente atribuída aos impactos de tarifas dos Estados Unidos, que geraram certa insegurança sobre projetos de investimento em andamento.
Aloísio Mercadante antecipou que um importante anúncio na próxima semana deve impulsionar os resultados anuais do banco.
“Diferentemente da indústria, agricultura, comércio e serviços, o BNDES foca em projetos de grande porte na infraestrutura, como ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e metrôs. Tivemos um grande projeto cuja tramitação foi mais demorada. Ele já está aprovado e em fase final, mas encontra-se sob sigilo por exigências do mercado. Não podemos antecipar detalhes, porém é um projeto de grande relevância que mudará esse cenário”, acrescentou.
Resultados financeiros
O BNDES também divulgou seus resultados financeiros para o ano. O lucro recorrente cresceu 14% em relação ao ano anterior, atingindo R$ 11,2 bilhões, enquanto o lucro líquido caiu 9%, totalizando R$ 17,2 bilhões.
De acordo com Alexandre Abreu, a principal causa para a redução do lucro líquido foram os dividendos recebidos como acionista da Petrobras, que foram 54% menores em comparação ao ano anterior. Apesar disso, o presidente do banco, Aloísio Mercadante, avaliou o resultado como “extraordinário”, levando em conta esse fator e os impactos das tarifas internacionais.
Os ativos totais da instituição continuam crescendo, alcançando R$ 905,8 bilhões em setembro, aproximando-se da marca de R$ 1 trilhão — nível que o banco já atingiu anteriormente e que a atual gestão planeja superar novamente.


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