O operador financeiro Lúcio Funaro aponta, nos vídeos divulgados da delação premiada, o ex-deputado federal Eduardo Cunha e o senador Romero Jucá como os articuladores de pagamentos de propina do PMDB na Câmara e no Senado.
O delator afirma que passou a acompanhar a rotina no Congresso Nacional mais de perto a partir de 2009, quando Eduardo Cunha trocou o PP pelo PMDB. Como tinha proximidade com Cunha, ele teve maior acesso às articulações no Poder Legislativo.
“Normalmente quem tinha mais influência na Câmara era o deputado Eduardo Cunha e quem fazia essa interface com ele no Senado era o Romero Jucá”, disse no depoimento realizado na Procuradoria-Geral da República.
Isso se devia à articulação que Cunha tinha, além do PMDB, com a bancada evangélica. Em outros trechos do vídeo, Funaro conta que outros nomes da legenda repartiam os recursos acordados em outros esquemas de corrupção. Confira:
Em nota, o ex-deputado Eduardo Cunha, preso há um mês na carceragem do Departamento de Polícia Especializada, desmente as afirmações do delator, além de considerar os vazamentos ilegais. “As atividades criminosas do senhor Lúcio Funaro foram feitas por sua conta e risco, não cabendo agora para obter benefícios sem provas”. O ex-deputado segue dizendo que seria “muito fácil declarar que entregou milhões a terceiros em espécie. Impossível será comprovar”
O advogado Antônio Carlos Almeida Castro, o Kakay, que representa o senador Romero Jucá (PMDB), preferiu não comentar as declarações, pois tem “ressalvas” sobre delações premiadas.
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