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Curdos denunciam suspensão de ajuda humanitária no norte da Síria

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Entre 9 e 14 de outubro, a organização contabilizou 146 civis feridos e 42 mortos apenas em Ras al-Ayn e Al- Maabadah

O governo autônomo curdo-sírio alertou nesta terça-feira (15) para a suspensão do fornecimento de ajuda humanitária no norte da Síria, de onde “todas” as organizações internacionais se retiraram uma semana após a Turquia iniciar uma ofensiva na região.

“Após sete dias da agressão turca apoiada por milícias de mercenários contra o norte e o leste da Síria, a crise humanitária se intensificou pelo corte da ajuda humanitária. Além disso, todas as organizações internacionais suspenderam os seus trabalhos e retiraram os seus empregados”, advertiu em comunicado.

A administração autônoma – que governa em uma parte do norte e do leste do país, mas que não é reconhecida pelas autoridades sírias – calcula em 275 mil o número de pessoas deslocadas por causa da operação turca, entre elas cerca de 70 mil crianças.

A magnitude da onda de deslocamentos e a falta de barracas obriga os afetados a dormirem em escolas ou ao ar livre, enquanto muitos feridos não têm acesso a atendimento médico, diz a nota.

Devido às condições extremas, a administração autônoma curdo-síria fez um pedido urgente à ONU, à União Europeia (UE) e à Liga Árabe para que proporcionem rapidamente apoio médico, logístico e humanitário aos deslocados.

A Meia-lua Vermelha curda também confirmou em comunicado a retirada das ONGs internacionais depois que os curdo-sírios e o governo de Damasco chegaram no domingo (13) a um acordo para enfrentar a invasão, o que teve um impacto “desastroso” na situação humanitária.

Os acampamentos de deslocados contam agora com um apoio “extremamente limitado” e a coordenação se tornou muito difícil em meio à volátil situação. A Meia-lua Vermelha disse ser a única organização que ainda oferece serviços de emergência na região.

Entre 9 e 14 de outubro, a organização contabilizou 146 civis feridos e 42 mortos apenas em Ras al-Ayn e Al- Maabadah, mas advertiu que há vítimas que não puderam ser registradas por problemas com a “distorção” dos números.

No último relatório elaborado sobre a situação, o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) alertou que entre 150 mil e 160 mil pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas no norte da Síria desde a quarta-feira passada, quando teve início a operação do Exército turco.

A ofensiva da Turquia contra os territórios controlados pelas milícias e as autoridades curdo-sírias busca estabelecer uma “zona de segurança” na fronteira com a Síria.

*Com informações da EFE

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