O custo do tratamento de doenças provocadas pela obesidade será de 1,2 trilhão de dólares ao ano a partir de 2025, quando mais de 2,7 bilhões de pessoas – cerca de um terço da população global – serão obesas ou terão sobrepeso e possivelmente necessitarão de cuidados médicos. Os dados são de um novo relatório da World Obesity Federation (WOF).
“Os custos médicos anuais do tratamento das consequências da obesidade, tal como doenças do coração e diabetes, são verdadeiramente alarmantes”, alertou o presidente da federação, Ian Caterson, em entrevista ao jornal britânico The Guardian. “A vigilância contínua da WOF aponta que a prevalência da obesidade aumentou dramaticamente nos últimos dez anos”.
“Com estimados 177 milhões de adultos sofrendo de obesidade severa em 2025, está claro que governos precisam agir agora para reduzir o impacto sobre suas economias”, disse Caterson sobre os resultados do estudo. Outras questões decorrentes da obesidade, como dores nas costas e problemas nas juntas, que resultariam em cirurgias de joelho e quadris, também foram levadas em conta na hora de estabelecer as estimativas dos custos. “Por isso, os números são surpreendentemente altos”, comentou ao jornal o diretor de políticas do WOF, Tim Lobstein.
Os Estados Unidos, segundo o levantamento, arcarão com os maiores gastos em decorrência de doenças relacionadas à obesidade. A conta, de 325 bilhões de dólares em 2014, quando 34% da população era considerada obesa, chegará aos 555 bilhões em oito anos, em parte devido aos preços elevados dos planos de saúde no país. Até 2025, é esperado que os americanos gastem 4,2 trilhões no tratamento de doenças relacionadas ao excesso de peso.
Lobestein destaca que o impacto da obesidade será “imenso” em países onde os serviços de saúde já são sobrecarregados, como na América Latina e no Oriente Médio. O Brasil, de acordo com o relatório, será o sexto país do mundo com os maiores gastos no tratamento de problemas causados pelo sobrepeso e, em 8 anos, vai desembolsar 251 bilhões de dólares.
Os pesquisadores apontam que medidas tomadas agora que levem ao aumento nos gastos com tratamento e prevenção da obesidade farão com que países economizem milhões no longo prazo. Medidas contra bebidas açucaradas, como refrigerantes, são um grande passo para conter a epidemia global de sobrepeso, segundo Johanna Ralston, presidente da WOF, mas “isso não é o suficiente”, disse. Ela destaca que a cirurgia bariátrica, “uma intervenção fantástica”, deveria ser mais amplamente oferecida, mas admite que o acesso ao tratamento é limitado. “Um dos motivos para isso é que o consenso sobre a obesidade como doença está sendo formado apenas agora”, reflete a especialista.
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