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Da doença até a Páscoa: saiba como foram os últimos momentos do papa

No dia anterior à morte, Papa Francisco saudou os fiéis e recebeu visita
Por Agência O Globo
O Papa Francisco morreu nesta segunda-feira, aos 88 anos, no Vaticano, e encerra um dos pontificados mais marcantes da história recente da Igreja Católica. O anúncio de sua morte aconteceu pouco mais de 24 horas após sua última aparição pública, durante o Domingo de Páscoa, quando, mesmo debilitado, saudou os fiéis da sacada da Basílica de São Pedro.

Papa falou com fiéis nesse Domingo de Páscoa – Foto: Andreas Solaro/AFP
Em estado frágil, o Papa demonstrou determinação ao participar brevemente das celebrações pascais. Com a voz fraca e dificuldades respiratórias, repassou a leitura de sua mensagem a um colaborador, mas fez questão de deixar seu apelo final por paz e justiça.
“Não há paz possível onde não há liberdade religiosa, liberdade de pensamento e expressão”, dizia o discurso escrito por ele, lido por um assessor diante da multidão emocionada. Em sua mensagem, Francisco denunciou a crise humanitária em Gaza, pediu cessar-fogo e voltou a defender o desarmamento global.
Encontro com JD Vance
Horas antes, o Papa havia recebido o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, em um breve encontro na Casa Santa Marta. A visita, marcada por cordialidade, ocorreu dois meses após duras críticas do Pontífice à política migratória do governo Trump. Francisco presenteou Vance com rosários, uma gravata com o brasão do Vaticano e ovos de chocolate para seus filhos.

— É um prazer vê-lo com melhor saúde — disse JD Vance ao Papa, de acordo com um vídeo divulgado pelo Vaticano. — Obrigado por me receber. Eu oro por você todos os dias. Que Deus o abençoe — acrescentou o vice americano antes de apertar a mão de Francisco.
Durante a visita, temas como a liberdade religiosa, a perseguição a cristãos e a crise migratória global foram discutidos. Embora divergentes em temas políticos, o Papa e o vice americano reforçaram o compromisso com o diálogo inter-religioso e a dignidade humana.
Desde sua eleição em 2013, Jorge Mario Bergoglio — o primeiro Papa latino-americano e jesuíta — dedicou-se à defesa dos pobres, dos migrantes e do meio ambiente. Seu último gesto pastoral foi a visita a uma prisão em Roma na Quinta-feira Santa, quando se encontrou com cerca de 70 detentos. Foi o único compromisso oficial mantido durante a Semana Santa, já que sua saúde o impediu de participar da tradicional Via Sacra no Coliseu e da Vigília Pascal.
A breve volta no papamóvel, no fim da manhã de domingo, foi um dos momentos mais emocionantes do dia, em que fiéis puderam vê-lo pela última vez em vida. Cercado de aplausos e orações, ele distribuiu bênçãos e doces às crianças.

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