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Data favela: em São Paulo, 25% deixariam o crime para abrir negócio próprio
A pesquisa intitulada Raio-X da Vida Real, conduzida pelo Instituto Data Favela e divulgada na segunda-feira (17/11), mostra que 25% das pessoas envolvidas em atos ilegais em São Paulo considerariam abandonar essas atividades para iniciar um negócio próprio. A pesquisa entrevistou mais de três mil pessoas envolvidas com crimes ligados ao tráfico de drogas em favelas de 23 estados brasileiros.
Quando questionados se deixariam o crime se tivessem uma oportunidade, 53% dos entrevistados em São Paulo afirmaram que sim. Entre os motivos para deixar as atividades ilegais, 25% citaram a vontade de empreender.
Um dos entrevistados, homem entre 22 e 26 anos, afirmou: “Montar meu próprio negócio e viver em paz, sem riscos com a polícia.”
Em contrapartida, somente 14% mostraram interesse em trabalho formal com carteira assinada (CLT), índice que sobe para 30% no Rio de Janeiro.
Na análise dos motivos para entrada no crime, 54% dos entrevistados em São Paulo indicaram a falta de recursos financeiros como principal causa. Essa motivação varia conforme a idade: jovens de 13 a 16 anos citaram em 33%, e entre 32 e 37 anos o índice sobe para 53%.
Já entre as razões que dificultam deixar o crime, 33% relataram medo de não conseguir outra fonte de renda para sustentar a família, e 26% mencionaram risco à vida — índices que variam regionalmente: em São Paulo, o temor pela vida foi citado por 16%, enquanto na Bahia chega a 68%.
O Instituto Data Favela destaca que a principal causa para ingresso e saída do crime está ligada a necessidades financeiras. Quase metade dos entrevistados em nível nacional apontou a falta de dinheiro como motivo inicial, e 58% mostraram disposição para deixar o crime se tivessem condições econômicas adequadas.
O estudo inédita também examinou aspectos familiares, moradia, educação, renda, saúde física e mental, uso de drogas e ocupações dentro do circuito criminoso. A maioria dos participantes foi do sexo masculino (79%), 74% se declararam negros e metade estava entre 13 e 26 anos. Além disso, 80% nasceram e vivem em áreas periféricas, e 62% recebem até dois salários mínimos.

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