Debate no setor imobiliário foca gestão e inovação em Recife

Empresários, investidores e especialistas do mercado imobiliário se reuniram na noite desta quinta-feira (17), no Espaço XP Recife, em Boa Viagem, para discutir estratégias de crescimento, inovação e governança no segmento de alta incorporação em Pernambuco.

O encontro, organizado pela Trinus em conjunto com a XP Investimentos, destacou a importância da parceria entre os setores imobiliário e financeiro, além de valorizar práticas sustentáveis e modelos de gestão centrados na experiência do cliente.

A moderação do debate foi conduzida por Carlos André Carvalho, editor-adjunto de Economia e Política da Folha de Pernambuco, juntamente com Pedro Ivo Bernardes, editor de economia do Diário de Pernambuco.

Um dos pontos altos do evento foi a palestra “Repensando Arquitetura: criando produtos que proporcionam uma nova experiência para o cliente”, apresentada por Rafael Souza, CEO da GRS Incorporadora.

O debate ressaltou o papel da arquitetura como diferencial no mercado, focando em identidade, inovação e conexão com o consumidor final.

“Atualmente, o valor no setor da construção civil está na gestão. Entender que arquitetura e a elevação do conceito do metro quadrado criam experiências e fidelizam clientes é fundamental”, explicou Rafael.

Ele ainda anunciou novos projetos da GRS em Pernambuco, incluindo um edifício de 50 andares e 130 metros de altura, previsto para lançamento em janeiro de 2026 na orla de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, que será o mais alto do Recife.

Com perfil residencial e foco hoteleiro, o edifício oferecerá benefícios exclusivos, como veículos elétricos da Volvo para uso dos moradores e hóspedes.

Para Rafael, imóveis como esse são essenciais para mudar a mentalidade do setor. “A construção civil não se limita mais ao metro quadrado ou ao capital, mas sim à gestão. A maior dificuldade do empreendedor é o capital, e com boa gestão, compliance, governança e transparência, bancos e fundos ficam mais dispostos a oferecer financiamentos com condições favoráveis. Nosso objetivo é conscientizar que o novo cenário foca em gestão, não apenas na construção.”

A incorporadora também anunciou um mini-resort na Praia dos Carneiros com jet-skis compartilhados e, para outubro, um condomínio com 504 unidades em Caruaru, o primeiro da cidade com praia artificial e beach club.

“Nosso propósito é oferecer mais do que imóveis, queremos proporcionar experiências”, afirmou Rafael.

Silvia de Castro, executiva regional da Trinus, destacou a relevância do evento para o mercado local: “Recife é uma das capitais de maior destaque no desenvolvimento imobiliário, mercado sólido e inovação. Estamos contentes em promover esse encontro para a comunidade imobiliária local, reunindo parceiros das áreas de legalização, liderança e tecnologia construtiva.”

Também participou do evento Mariana Naue, da Naue Consultoria, que apresentou um painel sobre cultura organizacional e liderança.

“Abordamos desafios enfrentados por incorporadores, loteadores e imobiliárias durante seu crescimento, principalmente relacionados a pessoas, processos e comunicação. Nosso objetivo foi traçar caminhos para superar esses obstáculos”, explicou Mariana.

Pedro Nogueira, diretor da Trinus, enfatizou a importância de aproximar os mercados financeiro e imobiliário.

“O setor imobiliário, que trabalha com ativos de alto valor agregado, se beneficia muito da integração com o mercado financeiro. Eventos como esse promovem visibilidade, qualidade de informação e conexão entre esses dois segmentos”, afirmou.

Ele mencionou o exemplo de Goiânia, que saiu da penúltima posição entre as capitais no ranking do metro quadrado para tornar-se o terceiro maior mercado imobiliário do país.

“O crescimento não depende apenas do preço do metro quadrado. Fatores como renda da população, crescimento do PIB, taxa de emprego e acesso ao crédito influenciam diretamente. A demanda por moradia é constante, independentemente do perfil do comprador, tornando este um mercado aquecido, mesmo com variações na taxa Selic, por ser um investimento seguro em ativos físicos e reais”, concluiu.