A condenação do regime automotivo brasileiro pela Organização Mundial de Comércio (OMC) deve aumentar as vendas de veículos importados em 2018. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), José Luiz Gandini.
A OMC condenou o Brasil a suspender sete programas de apoio à indústria no prazo de 90 dias. Um dos programas é o Inovar-Auto, criado em 2012 para incentivar a indústria automobilística e que se encerra no fim deste ano. O problema, na visão da OMC, é que o Inovar dá incentivo tributário aos fabricantes nacionais e cobra mais dos importados.
Segundo Gandini, essa restrição, criada para frear o avanço das montadoras chinesas, acabou diminuindo muito o mercado dos importados. “Em 2011, vendemos cerca de 249.000 carros, foi nosso melhor ano. Em 2016, caiu para 35.000”, compara.
O empresário acredita que, mesmo com a queda de mais de 50% nas vendas de automóveis no país nos últimos anos – de um patamar de 3,6 milhões para 2 milhões – há espaço para o crescimento das importadas. Nesta sexta-feira, a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou que a venda de veículos novos saltou 17,17% em agosto ante julho, o maior crescimento em 20 meses.
Gandini estima que a marca que representa, a sul-coreana Kia Motors, é uma das que vai se beneficiar do fim do imposto extra sobre as vendas que passam da cota. “Tem modelos que eu não trago para o Brasil faz 4 anos porque vendem menos. Posso dizer, sem muito otimismo, que de um patamar de 7.ooo vendas anuais podemos chegar a 40.000 no ano que vem”, diz.
O governo brasileiro deve recorrer da decisão da OMC mas, segundo o presidente da Abeifa, a finalidade do recurso seria apenas para estender o programa de novembro para dezembro, quando perderia a validade.
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