Economia
Defesa de Daniel Vorcaro pede habeas corpus na Justiça Federal
A defesa de Daniel Vorcaro, preso pela Polícia Federal na Operação Compliance Zero, protocolou um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) em Brasília, buscando a soltura do presidente do Banco Master. Vorcaro está sob investigação por possíveis fraudes nas carteiras de crédito vendidas ao Banco de Brasília (BRB) e foi detido no Aeroporto de Guarulhos (SP), na segunda-feira.
O advogado Pierpaolo Bottini, representante de Vorcaro, preferiu não comentar os detalhes do pedido, optando por aguardar a decisão da Justiça Federal antes de definir os próximos passos legais.
A apuração da Polícia Federal indicou que o BRB realizou transações irregulares com o Banco Master, numa tentativa de manter a saúde financeira da instituição enquanto o Banco Central avaliava a proposta de aquisição do banco. Em março deste ano, o BRB ofereceu para comprar o Master, mas a operação foi rejeitada pelo Banco Central.
Para captar recursos durante essa avaliação, o Master vendeu carteiras de crédito (direitos sobre empréstimos) ao BRB para obter liquidez e fortalecer sua posição no mercado. Contudo, as autoridades consideram que essa operação teve por objetivo afastar as normas do Banco Central.
O Ministério Público Federal declarou que o Master teria adquirido carteiras de crédito de uma empresa vinculada a um ex-funcionário sem realizar o pagamento e, logo depois, revendia esses títulos ao BRB, recebendo o pagamento à vista. Isso resultou na transferência de R$ 12,2 bilhões entre janeiro e maio de 2025.
Ao justificar a operação ao Banco Central em 25 de março, o Master alegou que a carteira de crédito vinha de duas associações de servidores públicos do estado da Bahia, criadas por um diretor do banco privado.
Entretanto, uma auditoria do Banco Central apontou que as cessões de crédito envolviam CPFs de várias regiões do país e que as movimentações financeiras não condiziam com as associações presumidas.
Diante das suspeitas, o Banco Central iniciou uma análise detalhada de 30 supostos clientes tomadores dos créditos cedidos pelo Master ao BRB em janeiro de 2025. Verificou-se que não havia correspondência real entre as transações e os fluxos financeiros, reforçando as suspeitas de incoerência ou ausência de provas que atestem a existência real das operações.

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