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Defesa de Zambelli solicita que deputada aguarde extradição em liberdade após confirmação de prisão na Itália

A embaixada do Brasil na Itália comunicou nesta sexta-feira que a defesa da deputada federal Carla Zambelli entrou com um pedido para que ela aguarde o processo de extradição em liberdade. Segundo a representação brasileira, a solicitação será avaliada em meados de agosto.
Após a prisão de Zambelli na última terça-feira, a Justiça italiana confirmou que ela permanecerá detida na penitenciária feminina de Rebibbia, localizada na periferia de Roma. Essa informação foi confirmada pela embaixada e por membros da Polícia Federal.
Durante a audiência de custódia, Zambelli, que possui cidadania italiana, declarou que não deseja retornar ao Brasil e busca um novo julgamento na Itália. A sessão foi presidida pelo juiz italiano Aldo Morgigni, da Corte de Apelação de Roma. Ela estava acompanhada pelo advogado italiano Pieremilio Sammarco.
Acusada pela Polícia Federal como foragida, Zambelli foi sentenciada a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão cibernética no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — motivos que levaram ao pedido de extradição feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A defesa da deputada e o Partido Liberal acionaram autoridades italianas para tentar impedir a extradição. Depois da audiência, o caso seguirá para a Corte de Apelação de Roma, onde a Justiça italiana e os advogados de Zambelli apresentarão seus argumentos. A decisão ainda poderá ser questionada na Corte de Cassação, o mais alto órgão judiciário da Itália.
Mesmo com a aprovação judicial, a decisão final cabe ao Ministério da Justiça italiano, que pode recusar a extradição por razões políticas. O atual governo da Itália, liderado por Giorgia Meloni, tem afinidade ideológica com setores que apoiam Zambelli, o que pode influenciar a decisão final. Caso a extradição seja autorizada, a defesa poderá recorrer ainda na esfera administrativa, incluindo o Tribunal Administrativo Regional e o Conselho de Estado.
Especialistas indicam que o processo pode durar até dois anos, embora haja possibilidade de Zambelli ser liberada antes, especialmente se existirem impasses políticos. Processos de extradição costumam envolver longas disputas e forte interferência de interesses governamentais — como ocorreu no Brasil durante o caso de Cesare Battisti.

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