Um policial militar recebeu voz de prisão de um delegado da 12ª DP, em Taguatinga, no Distrito Federal, na madrugada desta terça-feira (27). Segundo a Polícia Civil, o militar teria se recusado a levar ao hospital um motorista detido por embriaguez que se envolvera em um acidente.
Outros policiais também foram autuados por omissão de socorro, desobediência e desacato. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que o caso é “excepcional” e que todos os procedimentos criminais e administrativos “foram adotados” para responsabilizar quem tiver cometido algum excesso (veja nota completa abaixo).
A secretaria explicou que o “desentendimento” começou quando o delegado se recusou a manter o homem detido antes que ele recebesse atendimento médico. Segundo a ocorrência, o motorista estava com uma “lesão na coxa esquerda”. Já de acordo com a PM, o preso “se autolesionou na cela da delegacia”.
“O sargento [da PM] disse que não levaria [ao hospital], pois o preso poderia se autolesionar no cubículo da viatura”, consta no documento. Neste momento, o delegado-chefe teria feito o pedido mais uma vez, ao que o militar “desrespeitosamente sorriu dando as costas”, e então recebeu voz de prisão.
Na versão da Polícia Civil, o delegado acionou, então, outro militar disponível para fazer o transporte para o hospital do homem detido. No entanto, ao chegar à delegacia, o policial também se negou a fazer o serviço e afirmou que, caso fosse autuado por desacato, “seria crime militar e estaria sob custódia da Polícia Militar”.
Durante a confusão, 11 carros da PM – sendo 4 da Patamo, 3 da Rotam, 1 do DOP e 3 do 17º Batalhão – foram deslocados para o estacionamento da delegacia e cerca de 50 militares estiveram no local. O homem acabou transportado ao Hospital Regional de Taguatinga por uma equipe do Corpo de Bombeiros.
O que diz a Secretaria de Segurança
“A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social vem a público esclarecer sobre o fato ocorrido nesta madrugada (27) envolvendo policiais militares e civis, nas dependências da 12ª DP, quando houve divergências quanto ao procedimento a ser adotado no encaminhamento de um cidadão que foi detido com sinais de embriaguez ao volante.
Inicialmente, a SSP destaca que são registradas centenas de ocorrências todos os dias nas diversas Delegacias de Polícia e que tais procedimentos habitualmente se desenvolvem em clima de harmonia e respeito mútuo entre as forças.
Apesar dos estresses inerentes à atividade policial, situação como a verificada nesta madrugada é excepcional e não representa a relação profissional que se estabelece diariamente entre as polícias.
No episódio em tela, ao tomar conhecimento do ocorrido, esta SSP/DF passou a atuar em conjunto com os dirigentes das Polícias Militar e Civil, no sentido de distender o impasse. Os procedimentos criminais e administrativos cabíveis foram adotados e serão realizadas as apurações necessárias. Caso sejam verificados eventuais excessos, serão promovidas as devidas responsabilizações.”
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