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Saúde

Depilação pode contribuir para doenças sexualmente transmissíveis

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Uma nova pesquisa sugere que pessoas que se depilam ou raspam os pelos pubianos sofrem com maior frequência de doenças sexualmente transmissíveis

Você tem o costume de depilar ou raspar os pelos pubianos? Um estudo publicado nesta terça-feira no periódico científico  Sexually Transmitted Infections sugere que pessoas que têm esse costume sofrem com maior frequência de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Os autores chegaram a essa conclusão, após analisar uma pesquisa realizada pela consultora GfK em janeiro de 2014 com cerca de 7.500 pessoas com idade entre 18 e 65 anos nos Estados Unidos. Em relação à rotina de depilação, 74% dos participantes declararam já ter raspado ou depilado os pelos púbicos (84% mulheres e 66% homens).

Em seguida, os pesquisadores subdividiram as pessoas em três grupos: as que se depilavam mais de 11 vezes em um ano, as que faziam isso quase diariamente ou de forma semanal e as adeptas ocasionais. Os resultados mostraram que os participantes que haviam depilado a região genital tinham uma incidência mais alta de doenças sexualmente transmissíveis como herpes, sífilis ou clamídia.

Se a prevalência de DSTs foi de 13% entre os participantes do estudo, a incidência era de 8% entre as pessoas que nunca depilaram a região, enquanto as que fizeram isso ao menos uma vez tinham uma taxa de infecção de 14%. Por sua vez, os adeptos à depilação integral tinham uma incidência de 18%.

Esses resultados foram ajustados para levar em conta as diferenças em relação à idade e à quantidade de parceiros sexuais dos pesquisados. Embora essa tese não estabeleça uma relação causa-efeito, já que o estudo foi apenas observacional, uma hipótese “plausível” para explicar a relação podem ser os micro-cortes causados pela depilação na pele, que favorecem a entrada de vírus e bactérias, indicaram os pesquisadores.

Caso isso se confirme, os autores sugerem a realização de campanhas de prevenção para alertar as pessoas para que esperem que sua pele tenha cicatrizado da depilação antes de ter relações sexuais.

Outra possibilidade é que os que são adeptos da depilação de suas regiões íntimas têm a tendência de ter comportamentos sexuais de risco, acrescentaram.

Higiene

Um estudo publicado no início desse ano no periódico científico JAMA Dermatology mostrou que o principal motivo para a depilação íntima entre as mulheres é a higiene. Um estudo anterior, publicado no periódico The Journal of Sexual Medicine em 2010, apontava as relações sexuais como principal motivo para a prática.

“Muitas mulheres se sentem sujas quando não estão depiladas. Os pelos têm um propósito. Os pubianos, especificamente, estão lá para proteger tecidos delicados e importantes. Não tem nada a ver com ‘estar mais limpa’ sem eles.”, disse Tami S. Rowen, ginecologista-obstetra e principal autora do estudo, ao site especializado Live Science.

Os pesquisadores já haviam alertado para possíveis riscos associados à prática. Segundo eles, a função dos pelos pubianos é proteger a região de possíveis infecções. Por isso, a retirada deixa a área íntima mais vulnerável a problemas. Além disso, algumas infecções vulvares e vaginais podem ocorrer devido a problemas associados à depilação, como foliculites, abcessos, lacerações, reações alérgicas e queimaduras da cera.

Outros especialistas afirmam ainda que os pequenos cortes causados pela depilação facilitam a propagação de infecções sexualmente transmissíveis, mas não há nenhum grande estudo que comprove isso.

“Esta nova fonte de dados reflete o quão prevalente é essa prática de higiene pessoal. Nosso estudo é importante para os profissionais de saúde porque os comportamentos de higiene refletem as normas culturais e mostra que as mulheres têm diversas motivações que não são universais”, disse Benjamin Breyer, coautor do estudo, ao jornal britânico The Daily Mail.

(Com AFP)

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