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Deputada distrital e ex-diretor do DFTrans são investigados em operação.
Pessoas investigadas na megaoperação desencadeada nesta quinta-feira (30) no Distrito Federal pela Polícia Civil contra lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre elas o ex-diretor do DFTrans e presidente do PPL, Marco Antônio Campanella, tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados, informou o delegado-chefe da Coordenação de Repressão a Crimes contra o Consumidor, a Ordem Tributária e Fraudes (Corf), Jefferson Lisboa.
Eles foram indiciados por organização criminosa e foram ouvidos durante toda a manhã. A deputada distrital Telma Rufino (PPL) está entre os investigados, mas não teve a quebra de sigilo bancário e fiscal pelas prerrogativas do cargo. O advogado da deputada, Eduardo Albuquerque, afirmou que Telma desconhece o motivo da operação e negou qualquer envolvimento dela com o DFTrans.
“Ela não sabe nem do que se trata, não tem a menor ideia do que seja isso”, disse. “Nós temos que ter conhecimento do que se trata e, na delegacia, quando tivermos acesso ao inquérito nós vamos nos manifestar em público.”
O ex-diretor do DFTrans chegou ao Departamento de Polícia Especializada (DPE) por volta da 7h30, quando prestou depoimento às equipes de investigação. Na saída, ele afirmou que foi “surpreendido” pela investigação.
“Respondi todas as perguntas, me coloquei à disposição para colaborar com as investigações. Meu sigilo fiscal, meu sigilo bancário e minha declaração da campanha eleitoral estão absolutamente à disposição para comprovar o meu desconhecimento do caso”, disse.
As fraudes podem chegar a R$ 100 milhões, e a polícia suspeita que os valores eram usados no financiamento de campanhas políticas. Foram cumpridos 38 mandados de busca e apreensão e 32 de condução coercitiva em várias regiões da capital federal e no Entorno do DF nesta manhã.
De acordo com Lisboa, foram identificadas 55 empresas fantasmas que tiravam empréstimos fraudulentos no Banco do Brasil e 19 empresas reais que emitiam notas frias para as supostas lavagens de dinheiro. Um gerente do banco, identificado como Sérgio Silva, foi apontado como um dos chefes do esquema. Além deles, outros dois chefes da organização foram identificados pela polícia, entre eles o ex-subsecretário do Trabalho, Edigard Silva, e o empresário Rogério Amador.
O delegado explicou que o gerente do banco facilitava os empréstimos aos empresários e recebia parte do dinheiro. Esses valores não eram pagos. Os outros integrantes eram proprietários de empresas reais e criavam empresas de fachada para receber o dinheiro do empréstimo. Segundo a polícia, Campanella foi identificado como um beneficiário do esquema e a deputada distrital como a responsável por falsificar os documentos.
Essa operação se iniciou em uma outra investigação desencadeada em novembro de 2013 em que a polícia identificou pessoas que praticavam fraudes para financiamentos bancários. Lisboa diz que essa é a primeira fase da operação e novas pessoas podem ser alvo de investigação.
“Inicialmente eles abriam essas empresas fantasmas já visando algum tipo de empréstimo fraudulento. Com a empresa consolidada, eles, através de laranjas, iam ao Banco do Brasil, mas já tinha uma pessoa dentro do banco aliciada por eles. Essa pessoa facilitava o empréstimo, o empréstimo caia na conta e a empresa era fantasma. Então eles não pagavam o empréstimo e sumiam. Muitas vezes faziam compras fictícias para lavar o dinheiro”, afirmou o delegado.
”Acreditamos que com os documentos e outras provas vamos chegar a outras empresas fantasmas, em situações que tentaram praticar o golpe, mas por questões de segurança do banco acabaram sendo impedidos”, disse.
Lisboa afirmou que uma decisão judicial determina o sigilo de informações e bens apreendidos nesta quinta. A polícia investiga ainda a prática de outros crimes como uso de documentos falsos, fraude e lavagem de dinheiro.
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