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Deputado Júnior Mano libera emendas e Bebeto do Choró lava dinheiro, denuncia ex-prefeita no CE

A operação Underhand colocou o deputado Júnior Mano (PSB-CE) no centro de uma investigação que envolve um esquema de desvio de emendas parlamentares para fraudar eleições em pelo menos 50 cidades do Ceará. A investigação começou após denúncia feita por Rozário Ximenes, ex-prefeita de Canindé e viúva do radialista Ximenes Filho.
Rozário Ximenes acusou o parlamentar e Bebeto do Choró (PSB), prefeito eleito de Choró, de articular um esquema para lavar verbas das emendas por meio de licitações fraudulentas e superfaturadas. Segundo ela, o dinheiro desviado serviu para financiar campanhas eleitorais de aliados do grupo de Júnior Mano em 2024.
A polícia federal, por ordem do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, cumpriu mandados de busca e apreensão na casa e no gabinete do deputado, além de outros endereços, integrando os trabalhos da Operação Underhand.
O ministro também determinou o bloqueio de R$ 54,4 milhões relacionados ao deputado e outros envolvidos na investigação.
Rozário Ximenes decidiu denunciar o esquema após perceber o crescimento financeiro das campanhas apoiadas por Júnior Mano e Bebeto do Choró. Ela tentou eleger um sucessor em Canindé, mas a vitória foi do candidato ligado a Bebeto do Choró.
A denúncia detalha a participação das empresas de Bebeto, a gestão de 51 prefeituras e o envio de emendas parlamentares que foram desviadas para financiar candidatos da base política de Júnior Mano. Estima-se que o montante gasto para influenciar as eleições de 2024 tenha sido de pelo menos R$ 58 milhões, com recursos aplicados em veículos, combustíveis, brindes e compra de votos.
Em entrevista, a ex-prefeita afirmou que Bebeto do Choró tinha controle sobre as prefeituras sob a orientação do deputado federal. O esquema utilizava empresas registradas em nome de laranjas para vencer licitações e canalizar recursos para caixa dois e compra de apoio eleitoral.
Ela afirmou: “Bebeto atua em cinquenta e uma prefeituras junto com Júnior Elmano. O deputado libera as emendas para ele e Bebeto ‘lava’ o dinheiro. A lavagem de dinheiro acontece por meio do contato com gestores, oferecendo um retorno financeiro ao gestor sobre os recursos.”
O Tribunal Regional Eleitoral do Ceará impediu Bebeto de assumir a prefeitura de Choró após pedido do Ministério Público do Estado, que baseou-se em diálogos interceptados pela Polícia Federal relacionados ao braço direito de Júnior Mano.
Em um áudio que integra o inquérito, Bebeto do Choró reclama sobre o alto custo para garantir votos, mencionando valores elevados e discutindo a viabilidade da compra de votos com uma pessoa chamada de “mano”, que, segundo investigadores, seria o deputado Júnior Mano.
A Polícia Federal acredita que Bebeto do Choró administra uma complexa rede de interesses e tem influência significativa sobre o processo eleitoral, caracterizando abuso do poder econômico.
O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal e está sob a responsabilidade do ministro Gilmar Mendes, conforme decisão judicial da 3ª Zona Eleitoral do Ceará.

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