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Centro-Oeste

Desabrigados no Entorno relatam perdas após fortes chuvas

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“Infelizmente, a água não espera”. Essa é a frase dita por Jéssica Ferreira, 33 anos, que foi surpreendida durante a madrugada com a enxurrada invadindo o quarto onde dormia com seus dois filhos, em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal.

O relato de Jéssica reflete o quadro de destruição que levou o município a declarar estado de emergência após dias seguidos de fortes chuvas, que causaram a queda de muros, lama por toda a parte e deixaram pelo menos 12 famílias sem moradia.

Cenário de devastação

O bairro Barragem IV foi o mais atingido pelos temporais. A região ficou tomada por lama, água acumulada, paredes derrubadas e móveis destruídos. Jéssica conta que acordou com um estrondo e percebeu imediatamente que a água já invadia seu quarto. A reação foi tentar segurar a porta junto com o filho até a água diminuir.

Ao verificar os estragos, viu sua residência quase totalmente destruída: muro desabado, portão arrancado, guarda-roupa e geladeira danificados. Jéssica desabafou sobre as perdas: “Perdemos quase tudo”.

Desabrigados e preocupações

Além dos danos materiais, Jéssica enfrenta a difícil decisão de sair de casa ou permanecer, pois teme perder o imóvel. Ela relata que já viveu situações semelhantes e que a água frequentemente invade a residência.

Manoel André, 46 anos, outro morador do bairro, também sofreu com a enxurrada que trouxe lama, pedras e galhos para dentro de sua casa. Ele ressalta que alterações feitas em residências vizinhas podem ter contribuído para o aumento da correnteza.

Carliene da Silva Santos, 45 anos, esposa de Manoel, machucou a perna após a geladeira ser arrastada pela água. Ela recorda com pânico o momento em que a água chegou em sua cama e as coisas flutuavam pela casa.

Traumas e perdas

Sirlandia de Jesus Santos, 40 anos, também passou por momentos difíceis. Ela e seu filho, Eduardo de Jesus Santos, de 20 anos, não se feriram, mas perderam bens materiais importantes, como a máquina de lavar.

O medo, o desespero e as perdas são comuns entre os moradores, que enfrentam não apenas os danos físicos, mas também o trauma causado pelo desastre.

Resposta das autoridades

Frente à situação de calamidade, o prefeito Dr. Lucas, do município goiano, decretou estado de emergência e formou um comitê para gerenciar ações imediatas e planejar a recuperação da cidade. A Companha de Desenvolvimento de Águas Lindas (Codeal) coordena o grupo de trabalho responsável pela reconstrução.

O município não possui estrutura para executar as obras necessárias sozinho e busca apoio estadual e federal para uma força-tarefa que auxilie na recuperação.

Entre as medidas emergenciais, o Centro de Convivência do Idoso será utilizado para abrigar as famílias afetadas, e escolas públicas poderão ser abertas como locais temporários de acolhimento, conforme necessidade.

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