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Desafio na expansão do open finance é aumentar adesão das empresas

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Pagar um café via Pix aproximando o celular da maquininha, sem precisar abrir o app do banco, já é realidade. Esta facilidade do Pix por aproximação, lançado em fevereiro, não veio apenas pela tecnologia, mas pela troca segura de informações entre comércio, bancos e administradoras das maquininhas.

O open finance se baseia no compartilhamento de dados entre instituições financeiras, com controle total do usuário, que pode autorizar ou cancelar o uso das suas informações a qualquer momento, sempre protegido pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Este sistema está mais presente na vida dos usuários do que se imagina. Foi fundamental para o lançamento do Pix automático em junho, que substituirá os boletos, permitindo autorizar pagamentos periódicos de forma simples e segura.

Além disso, possibilita consultar saldos de diferentes contas em uma única tela e oferece crédito com juros menores para bons pagadores, elevando as chances de aprovação em até 30%. A partir de abril de 2023, o open finance também abrange dados sobre investimentos, câmbio, seguros e previdência privada.

Principais desafios

Segundo a Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamento (Init), dois grandes desafios dificultam a expansão do open finance. O primeiro é aumentar a taxa de sucesso das transações, que atualmente está entre 50% e 60%, para níveis acima de 99%, comparáveis a cartões de crédito e débito. Gustavo Lino, diretor executivo da Init, ressalta que o sistema já se mostra mais seguro que as transações com cartões, com fraudes praticamente inexistentes.

Um exemplo de segurança é o Pix por aproximação, que mostra o valor no celular antes da confirmação pelo usuário, diferente dos cartões que exigem conferir o valor na máquina.

Outro desafio é a participação das empresas no compartilhamento de dados. A Associação Open Finance Brasil (AOF) registra milhões de consentimentos de pessoas físicas, mas o número entre pessoas jurídicas é bem menor. Jonatas Giovinazzo, presidente da Init, aponta que a complexidade burocrática e tecnológica impede muitas empresas, que possuem múltiplas contas e maquininhas, de aderir plenamente ao sistema.

Possíveis soluções e o futuro

Na reunião da AOF no Banco Central, discutiu-se a possibilidade de processar o Pix das empresas em lotes, o que facilitaria a adesão de médias e grandes empresas, superando limitações atuais de segurança que travam transações em alta frequência.

Gustavo Lino destaca ainda que o open finance traz benefícios concretos para pequenas e médias empresas, como maior poder de negociação para crédito e menos dificuldades para oferecer garantias. Ele prevê que, no futuro, as pessoas jurídicas representarão a maior parte dos recursos movimentados no sistema.

Em fevereiro de 2026, o Banco Central planeja avançar com a portabilidade de crédito pelo open finance, permitindo que correntistas troquem suas operações de crédito entre bancos de forma mais simples e rápida, incluindo o crédito consignado, que atualmente possui restrições.

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