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Desaparecimento de estudante trans gera suspeita de feminicídio

Carmen de Oliveira Alves, uma jovem dedicada e querida por quem a conhecia, está desaparecida há um mês. A estudante de zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no campus Ilha Solteira, interior de São Paulo, sumiu no dia 12 de junho, após ser vista pela última vez saindo do local da prova enquanto pedalava sua bicicleta elétrica.
A família descreve Carmen como uma pessoa amada, estudiosa, trabalhadora e muito alegre. A comunidade universitária manifestou apoio e realizou diversas ações para cobrar explicações às autoridades sobre o desaparecimento da estudante trans.
As investigações policiais começaram logo após o sumiço, com a participação ativa de amigos e familiares na busca por respostas. Recentemente, dois homens foram presos temporariamente sob suspeita de envolvimento no desaparecimento: Marcos Yuri Amorim, namorado de Carmen, e Roberto Carlos Oliveira, policial militar ambiental da reserva. As investigações apontam que havia um relacionamento amoroso oculto entre os envolvidos, que possivelmente colaboraram para o crime.
O motivo do crime estaria relacionado à recusa de Marcos Yuri em assumir a relação com Carmen. A jovem teria coletado um dossiê contra ele com evidências de furtos e roubos em Ilha Solteira, pressionando-o a assumir o namoro, o que pode ter desencadeado o crime.
Até o momento, o corpo de Carmen não foi encontrado, mas todas as buscas se concentram na região do assentamento Estrela da Ilha, última localidade com sinal de celular da jovem e onde residia Marcos Yuri. Equipes da Guarda Municipal, Polícia Militar com apoio do canil, Marinha do Brasil e um drone realizam buscas minuciosas na área, além de perícias nas residências e veículos dos suspeitos, buscando qualquer vestígio relacionado ao desaparecimento.
A família expressa uma dor profunda e uma inquietação contínua diante da incerteza sobre o paradeiro de Carmen. Em uma nota oficial, destacaram que sua vida foi transformada drasticamente desde o dia do desaparecimento. Eles ressaltam que Carmen era uma mulher trans e negra, salientando as dificuldades de obter justiça e proteção em casos envolvendo membros da comunidade LGBTQIAP+ neste cenário social e judicial.
A Universidade Estadual Paulista lamentou o ocorrido e reafirmou compromisso com a diversidade, respeito e defesa da vida e dignidade humana, mantendo-se atenta aos desdobramentos do caso.
Lucas de Oliveira Alves, irmão de Carmen, contou em entrevista que ela sempre foi bem vista na cidade, trabalhava em estabelecimentos locais e era reconhecida pela sua boa índole e alegria, sem mostrar sinais de tristeza antes de desaparecer.

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