Centro-Oeste
Desembargador chama o país para paralisação após prisão de Bolsonaro
Sebastião Coelho, desembargador aposentado e aliado de Jair Bolsonaro (PL), utilizou as redes sociais para convocar os apoiadores do ex-presidente a realizarem uma paralisação em apoio à anistia do político, que foi detido no sábado (22/11) na sede da Polícia Federal (PF).
No Instagram, o ex-juiz orienta seus seguidores sobre a forma de realizar a paralisação e afirma que essa é a única alternativa restante.
“Fizemos tudo o que estava ao nosso alcance até agora, sem sucesso. Qual é o objetivo? Anistia ampla, geral e irrestrita para todos os envolvidos em 8 de janeiro e para o presidente Bolsonaro, que representa a todos. O alvo desta paralisação é o Congresso Nacional, que está ignorando o povo brasileiro”, afirmou.
Veja:
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“Só com a união de todos nós poderemos recuperar o país. Conterrâneos, sabemos que todas as ditaduras têm o apoio do Poder Judiciário para dar uma aparência de legalidade. No mundo todo. Mas no Brasil, a ditadura é o próprio Poder Judiciário. Não podemos aceitar isso mais”, declarou.
Sebastião questionou até quando os apoiadores irão permanecer inertes enquanto o país afunda. “Até quando ficaremos parados vendo um capitão do Exército preso na Polícia Federal, quando deveria estar em uma unidade do Exército? E o comandante do Exército em silêncio, cabisbaixo. Este é o momento, irmãos. Paralisação já”, destacou.
Reação forte
No sábado (22/11), poucas horas após a prisão de Bolsonaro, o desembargador convocou seus apoiadores para uma reação equivalente.
Ele classificou a ordem de prisão como um caso de “intolerância religiosa e abuso de poder”.
“Brasileiros, chegou a hora. Não podemos esperar mais. Este é o momento de nossa reação. Vamos dialogar, organizar e agir de forma pacífica, porém contundente diante desse arbítrio que está sendo cometido”, conclamou o ex-magistrado.
De acordo com Coelho, a prisão de Bolsonaro indica que generais das Forças Armadas, tanto do Exército quanto da Marinha, podem ser encaminhados a prisões comuns, violando o estatuto dos militares.
“A detenção do presidente Bolsonaro é simultaneamente um ato de intolerância religiosa e abuso de poder. Intolerância religiosa porque a Constituição assegura o direito à oração dentro e fora dos templos. Abuso de poder porque contraria o artigo 73, parágrafo único, letra C, da lei 6680, que rege o estatuto dos militares”, explicou.
“Desde a prisão domiciliar do presidente Bolsonaro, em 4 de agosto, realizamos vigílias no mesmo local e horário em que o senador Flávio Bolsonaro gravou um vídeo, às 19h. Não há novidade alguma. Isto é apenas mais uma justificativa do senhor Alexandre de Moraes para violar os direitos fundamentais de Jair Bolsonaro“, declarou.
A prisão
Bolsonaro foi detido pela Polícia Federal (PF) em Brasília (DF) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A solicitação de prisão foi realizada pela PF, que alegou risco de fuga do ex-presidente durante a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio do pai.
Na decisão que autorizou a prisão, Moraes mencionou que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica por volta da meia-noite do sábado, conforme o monitoramento.
“O Centro de Integração de Monitoramento Integrado do Distrito Federal comunicou à Suprema Corte a ocorrência da violação do dispositivo de monitoramento eletrônico do réu Jair Messias Bolsonaro, às 0h08 do dia 22/11/2025. Essas informações indicam a intenção do condenado de romper o equipamento para assegurar o êxito em sua fuga, facilitada pela confusão provocada pela manifestação convocada por seu filho”, justificou Moraes.


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