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DF tem pior nº de leitos do SUS por 800 habitantes, diz levantamento

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Um levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina apontou que o Distrito Federal tem o pior índice de leitos do Sistema Único de Saúde para cada 800 habitantes — 0,7. Depois da capital do país, os estados com as piores taxas são Amapá (1,20), Amazonas (1,21), Sergipe (1,22) e Mato Grosso do Sul (1,25). Os dados foram coletados a partir dos relatórios resumidos de execução orçamentária passados por cada unidade da federação à Secretaria do Tesouro Nacional em 2013. Na época, o IBGE estimava que Brasília tivesse 2,8 milhões de habitantes.

A Secretaria de Saúde questiona o estudo e afirma que conta atualmente com 4.355 leitos na rede pública, incluindo os de enfermaria, pronto atendimento e UTI. A pasta nega que haja grandes variações no número em relação ao ano passado, mesmo considerando leitos que ficaram temporariamente indisponíveis ou foram desativados. De acordo com o órgão, o índice no DF chega a 1,75 leito para cada mil habitantes.

Vice-presidente do conselho, Carlos Vital afirma haver carência na capital do país. “É mesmo muito baixo o nosso número de leitos hospitalares. Dizemos com propriedade que o sistema de atenção a saúde pública é um dos mais precários no país. Temos região no Nordeste e no Norte que são precaríssimas, como Rondônia, Roraima, Piauí e Maranhão. O caso do DF é muito mais contundente, lamentável até, porque teria a obrigação de dar o exemplo”, disse.

Segundo o médico, as piores situações são para quem busca uma vaga em internação psiquiátrica, clínica médica, obstetrícia ou terapia intensiva. Vital destaca ainda que Brasília lida também com a população de outros estados.

“Toda a população do Entorno vem buscar atendimento de saúde no DF. Nós não temos um sistema implantado como o cartão SUS que ainda não saiu do papel para repartir os custos com os municípios. O DF assume, mas não pode cobrar”, declarou. “Temos uma carência enorme no DF. Quando vc considerea que o DF tem todo esse custo porque também atende gente dos municípios do seu entorno, esse déficit de 0,7 é ainda maior.”

Na última semana, um bebê de três meses morreu depois de esperar durante quatro dias por uma vaga em UTI. O garoto estava com pneumonia e sofreu dez paradas cardíacas, segundo a família. A secretaria informou ao G1que o menino, que estava internado no Hospital Regional de Planaltina, recebeu todo o atendimento necessário.

O pai da criança chegou a conseguir no Tribunal de Justiça a determinação para que o menino fosse transferido, sem sucesso. Dados da Defensoria Pública apontam que o DF descumpre o prazo de 90% das ações judiciais.

Para o conselheiro federal, o déficit nos leitos está relacionado à “falta de vontade política”. “[É preciso] mais financiamento e competência administrativa. Devem ser colocados técnicos [nos cargos de gestores] e não só amigos do rei e da rainha”, afirmou.

Então secretário de Saúde, Elias Miziara criticou a observação. “É uma análise leviana. Gestão pública é extremamente difícil.” O gestor afirmou que daria nota 10 ao serviço de saúde oferecido na capital se comparado ao que é disponibilizado no restante do país e 7 para o próprio grau de exigência.

Custos
A Secretaria de Saúde informou que os custos com os leitos variam conforme a especialidade e a unidade. Um dia de internação de um adulto em UTI no Hospital Materno Infantil, por exemplo, custa R$ 2,7 mil, enquanto no regional de Ceilândia é estimado em R$ 2,4 mil. No caso dos leitos neonatais, os valores são R$ 2,9 mil e R$ 2,4 mil, respectivamente.

Fonte: G1

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