O dia do Gaúcho será comemorado nesta quinta-feira com os tradicionais desfiles Farroupilha, deixando em segundo plano, pelo menos por 24 horas, a complexa situação política e econômica do estado.
Os gaúchos nunca reelegeram um governador, o que pode mudar nestas eleições. A coligação do governador José Ivo Sartori (MDB) tem 29% das intenções de voto, seguido por Eduardo Leite (PSDB), com 25%, e Miguel Rosseto (PT), com 12% dos votos. Na eleição passada, o candidato pelo MDB ficou conhecido por sua campanha despolitizada, em que afirmava que só proporia projetos quando fosse eleito.
Assim como em 2014, a campanha gira em torno das depauperadas finanças do estado. O candidato que assumir o estado terá que conter uma dívida de mais de 76 bilhões de reais, 28% maior do que em 2014. Com pedido de ajuda federal, o Rio Grande do Sul espera evitar que o déficit deste ano chegue a 6,9 bilhões de reais. Se vencer, Sartori vai manter sua linha pragmática e pouco emocionante para conter a crise: segundo ele, “é necessária a união para superar os obstáculos”. O tucano Eduardo Leite, ex-prefeito de Pelotas e com apenas 33 anos, por sua vez, propõe atrair investimentos privados, e fomentar cooperativas para qualificar a agricultura do estado, além de estabelecer um teto de gastos públicos.
Se as propostas variam segundo os candidatos, o “esquecimento” da campanha federal tem se mostrado parecida entre todos. Uma reportagem do site UOLmostrou que as campanhas dos principais partidos (MDB, PSDB, PDT e PT) não estão diretamente conectas com as dos presidentes. Mesmo que os partidos declaradamente apoiem algum presidenciável, suas campanhas não mostram fotos, e sequer citam o nome dos candidatos à presidência em campanhas para a televisão e vídeos na internet. Sartori não exibe o rosto do candidato Henrique Meirelles; Eduardo Leite passa a maior parte de sua campanha sem citar o candidato Geraldo Lackmin; e até Rosseto, do PT, citou em apenas um vídeo a prisão do ex-presidente Lula.
O distanciamento acontece apesar de o estado ter candidatos a vice em três chapas que disputam o Planalto: Manuela D’Ávila (PCdoB) vice de Fernando Haddad (PT), Ana Amélia Lemos (PP) vice de Geraldo Alckmin (PSDB) e Germano Rigotto (MDB), vice na chapa de Henrique Meirelles, também do MDB. Não parece ter sido o suficiente para que o Rio Grande do Sul, em política, seja um mundo à parte.
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