Conecte Conosco

Saúde

Dieta poderia antecipar ou atrasar o início da menopausa

Publicado

em

Segundo estudo com quase mil mulheres, os alimentos escolhidos para compor as refeições interferem na chegada dessa fase

Ganho de peso, ondas de calor, secura vaginal e na pele, maior risco de desenvolver algumas doenças… Ufa! Não é simples atravessar a menopausa. Embora não dê para fugir dela e de suas consequências, talvez seja possível atrasá-la com a ajuda da alimentação. Foi o que pesquisadores da Universidade de Leeds, no Reino Unido, observaram recentemente em um estudo feito com 914 mulheres com idades entre 40 e 65 anos.

Por exemplo: cada porção diária de peixes mas gordurosos, como salmão e sardinha, foi associada a um atraso de 3,3 anos na interrupção definitiva da menstruação. Quem comia mais fontes de vitamina B6 (batata, feijão, milho e por aí vai) e zinco (pescados, camarão, carne, leguminosas e oleaginosas) também demorou um pouco mais antes de encarar o fim do período reprodutivo.

Por outro lado, massas e arroz refinados parecem ligados a um adiantamento da menopausa: um ano e meio de antecipação a cada porção diária. Vale lembrar que mulheres nessa fase têm risco maior de desenvolver diabetes, outra justificativa para diminuir o açúcar e os redutos de carboidratos simples.

Limitações do trabalho

O achado ainda precisa ser melhor compreendido, uma vez que esse tipo de estudo não estabelece uma relação de causa e efeito. Ou seja, os pesquisadores avaliaram de que maneira as mulheres comiam e quando a menopausa dava as caras – logo, ainda não dá para cravar que o padrão alimentar provocou essas mudanças na data de interrupção dos ciclos menstruais.

Os próprios pesquisadores destacam ainda que a dieta foi averiguada por questionário. Então, esses dados dependiam da lembrança de cada participante – o que nem sempre reflete 100% a realidade.

Mas, quando o assunto é amenizar o impacto da menopausa, aí não há dúvidas de que o prato pesa muito. “Com uma alimentação equilibrada, é possível aliviar vários sintomas”, afirma Giovanna Oliveira, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca, em São Paulo.

Mudanças no cardápio

Uma das principais preocupações nesse momento da vida da mulher é o maior risco de desenvolvimento da osteoporose, doença que deixa os ossos frágeis. “O estrogênio atua na fixação do cálcio nos ossos. Então, é importante aumentar o aporte desse nutriente para compensar o déficit do hormônio”, explica a nutricionista. Para conseguir a dose necessária, o ideal é consumir pelo menos três porções de lácteos ao dia e outros alimentos ricos em cálcio, caso dos vegetais verde escuros.

Mas não é só para o esqueleto que o hormônio feminino faz falta. Sua queda é sentida ainda pelo endotélio, a parede que reveste nossos vasos sanguíneos, o que aumenta o risco de hipertensão – claro que essa é uma doença que depende muito do estilo de vida para surgir.

De olho nisso, a especialista recomenda investir em alimentos que carregam moléculas capazes de agir como o estrogênio. “O resveratrol encontrado nas uvas e na amora, os isoflavonoides da soja e as lignanas da linhaça têm estrutura similar à do hormônio. Por isso, atenuam sintomas como ondas de calor e suor”, aponta Giovanna.

A verdade é que vale investir em um prato bem colorido e equilibrado sempre. “Com isso, a experiência da chegada à menopausa com certeza será mais tranquila”, finaliza Giovanna.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados