Economia
Dilma diz que ninguém quer substituir Estados Unidos

Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), afirmou neste sábado (5) que o mercado financeiro global está se diversificando, com um aumento nas transações realizadas nas moedas locais dos países.
Ela destacou que isso não implica uma retirada do dólar como moeda predominante nas operações globais.
A ex-presidente do Brasil fez essas declarações durante uma coletiva de imprensa no encerramento da décima Reunião Anual do NDB, realizada no contexto das reuniões do Brics, no Rio de Janeiro.
Questionada sobre propostas dos países do Brics para substituir o dólar como moeda principal, Dilma Rousseff respondeu: “Hoje não há ninguém disposto a assumir o lugar dos Estados Unidos”.
Ela acrescentou que, embora não haja sinais claros de desdolarização, o mercado tem buscado diversificar suas transações usando moedas próprias.
“O mercado financeiro internacional permanece dolarizado, mas algumas operações têm sido feitas com outras moedas”, ressaltou.
Expansão do Banco
O NDB, criado em 2015 pelos países do Brics para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, aprovou recentemente a entrada de Uzbequistão e Colômbia, somando agora 11 membros, incluindo Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes, Bangladesh, Egito e Argélia.
Projetos e Prioridades
Desde sua criação, o banco aprovou 122 projetos que totalizam cerca de US$ 40 bilhões. Para o Brasil, 29 projetos foram aprovados, com desembolso de US$ 4 bilhões.
Dilma Rousseff enfatizou a importância do financiamento em inovação, ciência e tecnologia, para que os países membros possam progredir no desenvolvimento de tecnologias avançadas, como inteligência artificial, e se tornem produtores além de consumidores.
Investimento em Energias Renováveis
A presidente também destacou a relevância de financiar energias renováveis, como solar e eólica, mencionando sua antiga declaração sobre a necessidade de armazenar ventos e energia solar.
Este investimento é crucial para enfrentar desafios recentes em sistemas de transmissão energética, como os observados na Espanha e Portugal, e para facilitar a transição energética global.
Sobre o Brics
O Brics é um grupo econômico composto por 11 países membros permanentes que juntos representam 39% da economia mundial, 48,5% da população mundial e 23% do comércio global.
Em 2024, o comércio entre Brasil e países do Brics foi significativo: 36% das exportações brasileiras tiveram como destino esses países, enquanto o Brasil importou 34% do total de bens provenientes do grupo.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login