Dinamarca chama diplomata dos EUA por suposta interferência na Groenlândia

A Dinamarca convocou na última quarta-feira (27) o encarregado de negócios dos Estados Unidos devido a notícias divulgadas na imprensa sobre possíveis tentativas de influenciar a Groenlândia, um território autônomo pertencente à Dinamarca. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem demonstrado interesse em controlar a ilha.

Desde o início de seu mandato, Trump expressa que os Estados Unidos precisam da Groenlândia, que é rica em recursos naturais, por motivos de segurança, e não descarta a possibilidade de usar força para esse fim.

O ministro das Relações Exteriores dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, declarou em nota que qualquer tentativa de interferir nos assuntos internos do Reino da Dinamarca é inaceitável. Dessa forma, solicitou que o encarregado de negócios americano fosse chamado para uma reunião no ministério.

Uma grande parte da população da Groenlândia, que conta com cerca de 57 mil habitantes, deseja a independência da Dinamarca, mas não quer se integrar aos Estados Unidos, conforme pesquisa realizada em janeiro.

Recentemente, pelo menos três funcionários do governo americano, ligados ao presidente Trump, foram vistos na Groenlândia tentando obter informações relacionadas a temas delicados, como a remoção forçada de crianças groenlandesas de suas famílias e casos de contracepção coercitiva, assuntos que têm provocado atritos entre a ilha e a Dinamarca.

O ministro Rasmussen comentou estar ciente do interesse continuado de atores estrangeiros pela Groenlândia e sua posição dentro do reino dinamarquês, acrescentando que não é surpreendente observar tentativas externas de influenciar o futuro do reino.