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Dinamarca vê drones perto de aeroportos

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Drones de origem desconhecida passaram por diversos aeroportos civis e militares na Dinamarca por duas noites consecutivas, numa ação que o Ministério da Defesa caracterizou nesta quinta-feira (25) como “sistemática” e realizada por um “grupo profissional”.

Os drones foram vistos nos terminais aéreos de Aalborg (norte), Esbjerg (oeste), Sonderborg (sul) e na base aérea militar de Skrydstrup (sul), antes de se afastarem espontaneamente, conforme informado pela polícia.

Na noite de segunda-feira, drones não identificados já tinham sido detectados sobre o aeroporto da capital Copenhague, assim como sobre o aeroporto de Oslo, na Noruega, causando interrupção no tráfego aéreo por várias horas.

Esses eventos ocorreram depois de drones russos terem entrado na Polônia e Romênia, além de aviões militares russos terem violado o espaço aéreo da Estônia, mas as autoridades dinamarquesas e europeias ainda não confirmaram qualquer conexão entre esses casos.

No último fim de semana, outros aeroportos europeus, especialmente os de Bruxelas, Londres, Berlim e Dublin, sofreram um ataque cibernético cuja autoria não foi estabelecida.

“Não há dúvidas de que tudo indica ação de um grupo profissional, diante de uma operação tão organizada em múltiplos locais praticamente simultâneos”, afirmou o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, durante entrevista coletiva.

“O objetivo desse tipo de ataque híbrido é gerar medo, criar divisões e nos intimidar”, declarou o ministro da Justiça, Peter Hummelgaard.

O governo da Dinamarca, que destaca a ausência de uma “ameaça militar direta”, também anunciou a compra de novas tecnologias para detecção e neutralização de drones.

O país escandinavo, membro da Otan, será sede da reunião de líderes da União Europeia na próxima semana em Copenhague.

Durante os recentes sobrevoos, o aeroporto de Aalborg, um dos principais do norte dinamarquês, ficou fechado por várias horas.

Após uma “avaliação geral da situação”, a polícia e o Exército decidiram não abater os drones, para preservar a segurança da população, informou o comandante do Estado-Maior das Forças Armadas, Michael Hyldgaard.

“Os operadores dos drones também não foram capturados”, explicou a polícia local.

As autoridades disseram que os drones estavam com luzes acesas e foram vistos do solo, mas o tipo de aparelho e a razão do voo não puderam ser confirmados.

Os aeroportos de Esbjerg e Sonderborg mantiveram suas operações porque não tinham voos agendados na época.

Uma investigação foi iniciada, em parceria com os serviços de inteligência dinamarqueses e o Exército, para apurar os detalhes dos fatos, anunciou a polícia.

Após o incidente em Copenhague, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, classificou o evento como o “ataque mais sério contra infraestrutura crítica” do país, e declarou que não descarta o envolvimento da Rússia.

Ela relacionou a situação com o aumento recente de ataques com drones, violações aéreas e ataques cibernéticos em aeroportos europeus.

A primeira-ministra mencionou as incursões de drones na Polônia e Romênia, e a entrada de aviões russos no espaço aéreo da Estônia em setembro.

Os governos desses três países, todos membros da OTAN, responsabilizaram a Rússia, que negou as acusações. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, chamou as alegações de infundadas.

Os eventos ocorreram uma semana após a Dinamarca anunciar a compra, pela primeira vez, de armas de precisão de longo alcance, em razão da avaliação de que a Rússia representará uma ameaça persistente por muitos anos.

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