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Dinheiro, armas e relógios: apreensões em grande operação contra o PCC

Na manhã desta quinta-feira (28/8), uma grande ação conjunta do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo (MPSP), e da Receita Federal realizou buscas e apreensões em várias localidades de oito estados brasileiros. Nas residências e empresas alvo da operação, foram encontrados valores em dinheiro, relógios de luxo e armamentos.
As apurações indicam a existência de um esquema ilícito no setor de combustíveis, liderado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), em conjunto com operadores da área financeira da Faria Lima. Esta ação é considerada a maior já realizada contra o crime organizado no país, abrangendo mandados em São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Durante a investigação, foi constatado que os espaços vistoriados possuíam em espécie montantes mínimos de R$ 15 mil, aparelhos celulares, pendrives, cartões de crédito, maquininhas, notebooks, armas e relógios. A Receita Federal revelou que uma rede que envolvia aproximadamente 1.200 postos de combustíveis movimentou em torno de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.
Para lavar o dinheiro arrecadado no esquema, os criminosos recorreram a 40 fundos de investimento, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, gerenciados por operadores da Faria Lima. Entre os alvos da operação estão as instituições financeiras BK e Banrow, as usinas sucroalcooleiras Itajobi e Carolo, além dos operadores Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme da Silva, conhecido como “Beto Louco”.
Principais Alvos
- Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme, apontados como elementos centrais do esquema criminoso, associados às empresas Aster e Copape.
- Marcelo Dias de Moraes, presidente da Bankrow Instituição de Pagamento, envolvido na lavagem.
- Camila Cristina de Moura Silva/Caron, diretora financeira da BK, fintech identificada como um “banco paralelo” do esquema.
- Valdemar de Bortoli Júnior, ligado às distribuidoras Rede Sol Fuel e Duvale.
- José Carlos Gonçalves, conhecido como “Alemão”, com conexões ao PCC.
- Lucas Tomé Assunção, contador vinculado à GGX Global Participações e à Usina Sucroalcooleira Itajobi.
- Marcello Ognibene da Costa Batista, contador com indícios de fraudes em várias empresas.
Modus Operandi do Esquema
A fraude iniciava com a importação clandestina de metanol pelo Porto de Paranaguá, no Paraná. Esse produto, destinado oficialmente a empresas químicas e de biodiesel conforme as notas fiscais, era redirecionado para abastecer postos de combustíveis.
De acordo com o Gaeco, os empresários que originalmente possuíam postos de gasolina foram forçados a vender seus estabelecimentos aos integrantes do PCC. Muitos não receberam os valores acordados e sofreram ameaças de morte caso tentassem cobrar os pagamentos devidos.

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