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Dino solicita investigação da PF por ameaças após voto em caso golpista
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino solicitou à Polícia Federal uma investigação sobre ameaças que tem recebido pela internet.
Segundo o magistrado, essas intimidações aumentaram após eventos recentes relacionados ao Nepal, evidenciando a gravidade da situação e a necessidade de ação das autoridades competentes.
O pedido foi feito após Dino votar pela condenação dos oito réus envolvidos na trama golpista, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Há milhares de postagens nas redes sociais incitando ataques fatais aos ministros e seus familiares, bem como à destruição da sede do STF. O pedido visa garantir que a Polícia Federal tome todas as providências necessárias para identificar os responsáveis por essas ameaças graves”, comunicou o gabinete do ministro.
No último voto, Dino manifestou seu posicionamento pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, do ex-ministro Braga Netto e dos outros seis réus da conspiração golpista.
O magistrado também indicou que considera menor a participação dos ministros Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e do deputado Alexandre Ramagem.
A definição da pena para cada réu será realizada em uma etapa posterior do julgamento, caso a condenação seja confirmada pela Primeira Turma.
Dino ainda ressaltou que Bolsonaro e Braga Netto lideraram a trama golpista e que a Constituição proíbe anistiar crimes contra a democracia.
O ministro também respondeu às declarações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que acusou o ministro Alexandre de Moraes de praticar uma “tirania”.
Antes do voto de Dino, o relator do caso, Alexandre de Moraes, havia se posicionado pela condenação de todos os acusados conforme a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Nepal
Nos últimos dias, o Nepal enfrentou uma série de protestos sem precedentes, liderados por jovens da chamada “Geração Z”, que saíram às ruas contra a desigualdade social, corrupção e bloqueio das redes sociais estabelecido pelo governo.
Em apenas dois dias, Katmandu virou um cenário caótico: prédios do governo, residências de ministros, o Parlamento e até a Suprema Corte foram incendiados. Autoridades foram atacadas pela população e o primeiro-ministro Khadga Prasad Oli acabou renunciando devido à pressão popular.
A revolta começou após o governo restringir o acesso às plataformas digitais, usadas pelos jovens para denunciar a ostentação da elite política e a pobreza generalizada. Atualmente, um em cada cinco nepaleses vive na pobreza e 22% dos jovens estão desempregados.
Com escândalos frequentes envolvendo corrupção e impunidade, o movimento ganhou força e revelou a fragilidade de uma democracia ainda jovem — instaurada somente em 2008, depois da abolição da monarquia — caracterizada por instabilidade política e econômica.

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