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Diplomata critica carta e tarifa dos EUA ao Brasil

O assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, expressou sua desaprovação na manhã desta quinta-feira em relação à carta enviada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na carta, Trump anuncia um aumento de 50% nas tarifas sobre produtos brasileiros.
No texto, Trump menciona que o ex-presidente Jair Bolsonaro está sendo alvo de uma “caça às bruxas” por parte do Judiciário e faz críticas às instituições do Brasil. Para Amorim, as ações da Casa Branca carecem de transparência.
“A carta inicia mencionando Bolsonaro, a Justiça e o Supremo, mas depois passa a falar das tarifas. Em mais de 60 anos atuando na diplomacia, nunca presenciei algo assim”, afirmou o ex-chanceler dos dois primeiros mandatos de Lula em entrevista ao GLOBO.
Na correspondência, Trump informa que os produtos brasileiros terão uma sobretaxa de 50% a partir do próximo mês, justificando a decisão por razões políticas, com destaque para o tratamento que o Judiciário brasileiro dá ao ex-presidente Jair Bolsonaro e a empresas de tecnologia norte-americanas.
Aliado de Trump, Bolsonaro responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF), acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado que culminou nos eventos de 8 de janeiro. O julgamento de Bolsonaro e outros envolvidos está previsto para até setembro.
Amorim ressaltou que a resposta do governo brasileiro já foi divulgada na noite de quarta-feira. Após uma reunião emergencial ministerial no Palácio do Planalto, o presidente Lula publicou que qualquer aumento tarifário unilateral será tratado conforme a Lei de Reciprocidade Econômica do Brasil, sinalizando possível retaliação.
“O Brasil é um país soberano, com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém”, declarou o presidente em suas redes sociais.
Na reunião no Planalto, ficou definido que a secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, Maria Luísa Escorel, convocaria novamente o encarregado de negócios da Embaixada dos EUA em Brasília. A diplomata informou que o Brasil considerava a carta ofensiva, contendo informações falsas e erros factuais, e responderia adequadamente.
Antes mesmo de ser recebida oficialmente pelo governo brasileiro, a carta já havia sido revelada informalmente, com Trump publicando seu conteúdo na rede social Truth Social.

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